BREVE HISTÓRIA DE BABILÔNIA
Como já se sabe, Babilônia é uma cidade antiquíssima.
A data de sua fundação é incerta.
No entanto, sua conexão com Acad e Calnesh (Gn 10.10), leva-nos a supor tenha
sido ela estabelecida por volta de 3.000 a.C!
A história da mais importante metrópole do Fértil Crescente não passa de uma longa série de sangrentas lutas. Ambiciosos soberanos
encetaram as mais renhidas guerras para expandirem Babilônia e preservarem seu território. Babilônia foi sitiada vezes sem conta. É difícil calcular, também, quantas vezes seus
muros e templos foram arrasados.
Ávidos inimigos despojavam-na, com freqüência, de seus fabulosos tesouros. Seus orgulhosos habitantes sofreram os mais inumanos ataques.
Essa opulentíssima cidade, todavia, levantava-se com mais brilho e pujança até tornar-se, no tempo de Nabucodonozor, em uma das maravilhas do mundo.
Durante séculos, Babilônia permaneceu sob a tutela assíria.
O governador da Caldéia, Nabopolassar, levanta-se, porém, contra a hegemonia de Nínive. Auxiliado pelos medos,
sacode de si o jugo assírio. Em 622 a.C, ele é proclamado rei, em Babilônia. Tem início, dessa forma, uma nova dinastia na Mesopotâmia.
O intrépido monarca combate, sem
tréguas, o exército assírio. Com a tomada de Nínive, consolida, definitivamente, a sua soberania nessa região.
O novo império, entretanto, teria de se defrontar com a ambição egípcia.
Neco, rei do Egito, aproveitando-se dos insucessos da Assíria, enceta uma grande campanha contra o
poder emergente de Babilônia.
Chega a apoderar-se, inclusive, da metade do Fértil Crescente.
Seu triunfo, porém, não é duradouro.
Nabucodonozor dirige-se contra o faraó e o vence em Carquemis, no ano 606 a.C. (Quando celebrava a vitória, o príncipe herdeiro de Babilônia recebe a triste notícia da
morte de seu pai. Regressa, então, imediatamente à capital do novel império onde, no ano seguinte, é coroado rei.
Empreendedor, dá início a gigantescas construções que fariam de seu reino, em tempo recorde, uma das maiores maravilhas do mundo.
II - GEOGRAFIA DE BABILÔNIA
Babilônia abrange os territórios da Mesopotâmia que vai de Hit e Samaria, no Norte de Bagdá, até o Golfo Pérsico.
As possessões babilônicas ocupavam, por conseguinte, os
antigos territórios de Sumer e Acad. Babilônia foi plantada em uma fértil região, onde as chuvas eram constantes,
possibilitando o surgimento, no local, de grandes civilizações, desde os primórdios da humanidade. Foi justamente nessa abençoadíssima área que floresceu o império de Nabucodonozor.
Até os dias de hoje, Babilônia lembra opulência e prosperidade. Essa notória cidade vem despertando crescente interesse de judiciosos pesquisadores.
Em 1956 e 1957, arqueólogos norte-americanos constataram a existência de uma vasta rede de canais entre Bagdá e Nippur.
Esse sistema de irrigação, super-avançado na época, fez de
Babilônia uma potência agrícola.Enquanto outros povos passavam ingentes necessidades, os babilônios desfrutavam de fartura.
A escassez de alimentos era algo ignorado pelos caldeus.
Nessa região, as pedras eram bastante raras. Em compensação, havia abundância de cerâmica. Por isso as construções babilônicas consistiam, basicamente, de tijolos.
Além da cidade de Babilônia, propriamente dita, havia, também, a Grande Babilônia formada pelas seguintes cidades-satélites:
Sippar, Kuta, Kis, Borsippa, Nippur, Uruk, Ur,
Eridu. Babilônia ficava sobre o Eufrates. Dizem os estudiosos que poucas cidades foram tão privilegiadas pela natureza como essa.
Com sobeja razão, pois, é considerada a metrópole dourada.
III - A GRANDEZA DE BABILÔNIA
A primeira tarefa de Nabucodonozor foi reconstruir Babilônia, destruída por Senaqueribe, em virtude de suas muitas rebeliões. Para conseguir o seu intento, o monarca
caldeu desfechou diversas campanhas, objetivando levar para a cidade milhares de cativos para reconstruí-la.
Entre outras coisas, construiu um muro em redor de Babilônia. Dizem os entendidos que se tratava, realmente, de uma formidável muralha.
Visava Nabucodonozor tornar
inexpugnável a capital de seu império.
Humanamente falando, nenhuma potência estrangeira poderia tomá-la. Tão largos eram esses muros, que duas carruagens poderiam
trafegar sobre eles tranqüilamente.
O maior mérito desse empafioso soberano, entretanto, foi reedificar Babilônia. Historiadores antigos, como Heródoto, maravilharam-se ante a imponência e a grandiosidade
dessa cidade.
Para alguns mais exaltados, só os deuses seriam capazes de erguer tal monumento, à soberba humana, é claro.
Babilônia estava edificada sobre ambas as margens do rio Eufrates.
Protegia-a uma dupla muralha. De acordo com os cálculos fornecidos por Heródoto, esses muros, com 56 milhas de circunferência, encerravam um espaço de 200 milhas quadradas. Buckland, em seu Dicionário Bíblico Universal, dá-nos mais alguns detalhes acerca das grandezas
babilônicas:
"Nove décimas partes dessas 200 milhas quadradas estavam ocupadas com jardins, parques e campos, ao passo que o povo vivia em casas de dois, três e quatro
andares. Duzentas e cinqüenta torres estavam edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam abertos e defendidos com portões de cobre.
Outros muros havia ao
longo das margens do Eufrates e juntos aos seus cais. Navios de transporte atravessavam o rio entre as portas de um e de outro lado, e havia uma ponte levadiça de 30 pés de largura,
ligando as duas partes da cidade.
O grande palácio de Nabucodonozor estava situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental. Outro palácio, a admiração da humanidade,
que tinha sido começado por Nabopolassar, e concluído por Nabucodonozor, ficava na parte ocidental e protegia o grande reservatório.
Dentro dos muros deste palácio elevavam-se, a
uma altura de 75 pés, os célebres jardins suspensos, que se achavam edificados na forma de um quadrado, com 400 pés de cada lado, estando levantados sobre arcos."
Ao construir Babilônia, símbolo de sua opulência, Na-bucodonozor não se esqueceu de reverenciar os falsos deuses.
O Templo de Bel é um exemplo desse exagero idolátri-co.
Esse monumento, com quatro faces, constituía-se em uma pirâmide de oito plataformas, sendo a mais baixa de 400 pés de cada lado.
Quem nos descreve essa irreverência da
engenhosidade humana é o já citado Buckland: "Sobre o altar estava posta uma imagem de Bel, toda de ouro, e com 40 pés de altura, sendo também do mesmo precioso metal uma
grande mesa e muitos outros objetos colossais que pertenciam àquele lugar sagrado. As esquinas deste templo, como todos os outros templos caldaicos, correspondiam aos quatro
pontos cardeais da esfera.
Os materiais, empregados na grandiosa construção, constavam de tijolos feitos do limo, extraído do fosso, que cercava toda a cidade."
A grandiosidade de Babilônia levou Nabucodonozor a esquecer-se de sua condição humana e a julgar-se o próprio Deus.
Em conseqüência disso, ele foi punido pelo Todopoderoso.
Só reconheceu a sua exigüidade, depois de passar sete anos com as bestas feras.
IV - BABILÔNIA E O POVO DE JUDÁ
Deus, sem dúvida alguma, permitiu a ascensão de Babilônia para punir a impenitência das nações do Médio Oriente. Nem mesmo Judá escaparia da ação judicial do Eterno.
A tribo do rei Davi, que se convertera no Reino do Sul, em virtude do cisma israelita ocorrido em 931 a.C, perverteu a aliança mosaica.
A maioria dos soberanos judeus adorou e
permitiu a adoração de falsos deuses, induzindo o povo à apostasia. Não obstante a candente advertência dos santos profetas, os judeus continuaram
reticentes.
O Senhor Deus, por isso, resolveu puni-los.
Quem seria o instrumento de sua justiça? Respondem os profetas: Babilônia. Conforme já dissemos, tão logo Nabopolassar
vence os últimos redutos da resistência assíria, volta-se para a Palestina, disposto a conquistá-la e aumentar o seu império.
- O que poderia fazer Judá para conter a avalanche
babilônica?
- Nada; absolutamente nada. Para Jeremias, por exemplo, o fim do Reino de Judá viria inexoravelmente.
O profeta, por isso mesmo, recomendou ao monarca judaíta que
se submetesse ao soberano babilônico Nabopolassar, todavia, não pôde dar consecução aos seus planos de expansão
territorial, em virtude de sua morte inesperada. Caberia, por conseguinte, ao seu filho e sucessor
natural, Nabucodonozor. assegurar a hegemonia babilônica no Médio Oriente. Após ser coroado, o jovem monarca volta a sua atenção à terra de Judá.
Depois de vencer as forças judaicas, Nabucodonozor faz de Jeoaquim seu vassalo. O representante da dinastia davídica obriga-se a enviar a Babilônia, regularmente, vultosos
impostos. Em 603 a.C, porém, o rei de -Judá resolve não mais cumprir os compromisso assumidos com o regime babilônico.
Irado, Nabucodonozor dirige-se a Judá e a sitia. Chega ao fim o Reino do Sul, fundado por Roboão. O monarca babilônico, ainda insatisfeito, prende o rei Joaquim,
juntamente com a nobreza judaica, e o deporta para a Babilônia.
Entre os exilados, encontram-se, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego. Como despojo, o destemido
conquistador leva consigo os vasos sagrados da Casa do Senhor.
No ano seguinte, Zedequias assume o trono de Judá. Títere, seria obrigado a pagar,
fielmente, tributos a Nabucodonozor.
Durante oito anos, o sucessor de Joaquim mantém-se
fiel a Babilônia. Em 597, porém, subleva-se, causando a destruição de Jerusalém e a deportação dos restantes filhos de Judá. Na terra desolada, ficaram apenas os pobres.
O castigo de Jerusalém foi indescritível.
Os exércitos de Nabucodonozor caíram como gafanhotos sobre a cidade do Grande Rei. Destruíram seus palácios, derribaram seus
muros e deitaram por terra o Santo Templo.
O lugar mais santo e mais reverenciado pelos hebreus não mais existia. O mais suntuoso monumento do Médio Oriente não passava,
agora, de um monturo.
Os judeus, doravante, andariam errante, por 70 anos em uma terra estrangeira e idolatra. O exílio, contudo, seria assaz benéfico à progênie de Abraão, que não
mais curvar-se-ia ante os falsos deuses.
V - O FIM DE BABILÔNIA
O Império Babilônico, fundado por Nabopolassar, não teve uma vida bastante longa. Em menos de um século, já emitia sinais de fraqueza e degenerescência. Enquanto isso, a
coligação medo-persa fortalecia-se continuamente e se preparava para conquistar a dourada prostitura do Fértil Crescente - Babilônia.
Em 538 a.C, quando Belsazar participava, juntamente com seus altos oficiais e suas prostitutas, de uma desenfreada orgia, os exércitos medo-persas tomaram Babilônia,
transformando-a em uma possessão ariana.
Naquela mesma noite, a propósito, o Todopoderoso revelara, por intermédio de Daniel, quão funesto seria o fim do domínio babilônico.
Dario, um dos mais destemidos e proeminentes generais de Ciro II, tomou Babilônia e matou o libertino Belsazar. Tinha início, assim, o Império Medo-persa.
Fonte;Pastor Claudionor de Andrade em Geografia Bíblica.
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