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PORQUE A PROFECIA É IMPORTANTE?

PORQUE A PROFECIA É IMPORTANTE?

A IMPORTÂNCIA DA PROFECIA
Na história da Igreja, as porções escatológicas ou proféticas das Escrituras sofreram mais com interpretações inadequadas do que qualquer outro importante assunto teológico.
 A razão desse fato é que a Igreja se desviou de uma interpretação normal, gramatical e literal da profecia, e adotou outra, não-literal e sujeita aos caprichos do intérprete.
Nos primeiros dois séculos da era cristã, a Igreja era predominantemente pré-milenista, pois ensinava que Cristo cumpriria a profecia de sua segunda vinda e inauguraria seu reinado de mil anos sobre a Terra antes que começasse a eternidade.
 Embora esta interpretação nem sempre fosse coerente e às vezes fantasiosa, em geral a profecia era tratada da mesma maneira que as demais porções das Escrituras.
A partir de 190 d.C. e durante o terceiro século, a escola herética de Alexandria, no Egito, trouxe a lume e defendeu o princípio errôneo de que a Bíblia deveria ser interpretada em um sentido não-literal ou alegórico.
Ao aplicar esse conceito às Escrituras, os alexandrinos subverteram as doutrinas mais importantes da fé, inclusive a profecia.
 O resultado foi que houve pouco progresso na teologia, especialmente na área profética, até que esse problema de interpretação fosse resolvido.
Agostinho (354-430) resgatou a Igreja desse princípio errôneo, pelo menos no que dizia respeito às passagens não-proféticas, mas continuou a tratar a profecia de maneira não-literal, com o propósito de eliminar a idéia de um reino milenar sobre a Terra.
Pelo fato do amilenismo, que nega um reino milenar literal após a segunda vinda de Cristo, ser um sistema essencialmente negativo e dificultar a interpretação literal inteligente da profecia, houve pouco progresso nessa área.
Embora a Igreja não deixasse de crer  qui existe,céu e Inferno, negligenciou ou racionalizou longas passagens proféticas que tinham que ver com Israel e o reino terreno, freqüentemente mencionados no Antigo Testamento.
Mesmo durante a Reforma protestante a profecia não foi resgatada desse entrave à sua interpretação.
Embora remanescentes da Igreja defendessem uma posição pré- milenista, foi apenas nos séculos XIX e XX que começou a tomar forma e a se firmar um movimento para restaurar a verdade literal da profecia.
O século XX foi particularmente significativo no progresso da interpretação profética e aquele no qual muitos detalhes das profecias foram debatidos e esclarecidos de maneira que nunca fora possível antes.
Embora o amilenismo continue a ser a posição majoritária da Igreja, entre os que adotam uma visão elevada da inerrância das Escrituras a posição pré-milenista recebeu exposição detalhada, que serviu para oferecer uma visão inteligente do presente e futuro, do ponto de vista da profecia bíblica.
A importância da profecia deveria ser evidente, mesmo num exame superficial da fé cristã, pois cerca de um quarto da Bíblia era profecia, quando a Palavra de Deus foi transmitida.
 É evidente que o Senhor tencionava levantar o véu do futuro, a fim de nos conceder alguma indicação de quais eram seus planos e propósitos para a raça humana e o universo como um todo. Passagens que apoiam a interpretação pré-milenista, negligenciadas e mal interpretadas, foram corrigidas, em certa medida, no decorrer do século XX.
Na natureza da fé cristã, uma firme esperança quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo sem futuro não seria autêntico.
Em contraste, entretanto, com a escatologia das religiões pagãs, que pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do cristianismo é límpida e brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental de que, para ele, a próxima vida é melhor que a presente.
Como Paulo disse em 2 Coríntios 5.8:
“Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor”.
Na fé cristã, o futuro é pintado com tons de bênção e felicidade na presença do Senhor, sem os males pertencentes a esta vida.
A revelação da profecia na Escritura serve como importante prova de que a Bíblia é exata em sua interpretação do futuro.
O fato de que aproximadamente metade das profecias bíblicas já teve o seu cumprimento de forma literal concede-nos uma base intelectual adequada para presumir que a profecia que ainda aguarda um desfecho terá, de igual modo, cumprimento integral.
Ao mesmo tempo, justifica-se a conclusão de que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e a profecia, a qual foge ao controle de qualquer esquema humano, é de fato uma revelação feita por Deus sobre o que ainda acontecerá.
 O cumprimento de diversas profecias serve como guia para a interpretação das que ainda aguardam sua realização.
A profecia bíblica, adequadamente interpretada, também supre uma diretriz para estabelecermos o valor da conduta humana e das coisas que pertencem a esta vida.
Para o crente, a pergunta definitiva é se Deus considera valioso o que acontece na atualidade, e isso entra em choque com o sistema de valores do mundo, que é predominantemente materialista.
A profecia também é um apoio para a revelação bíblica da justiça de Deus e uma base para a afirmação de que a fé cristã possui um relacionamento integral com a moralidade.
 Escrituras proféticas ligadas a esse impasse indicam que cada ato será levado a juízo, de acordo com o padrão infinito de justiça de um Deus santo e, assim, a profecia oferece uma base para a moralidade sustentada pelo caráter do próprio Deus.
A profecia também oferece um guia para o significado da história.
Embora os eruditos continuem a debater uma filosofia histórica, a Bíblia afirma, na verdade, que a vida humana é o desdobramento do plano de Deus e do seu propósito de revelar-se a Si mesmo e manifestar seu amor, graça e justiça de um modo que seria impossível se não fosse a existência da humanidade.
Na fé cristã o relato bíblico tem o seu clímax no plano de Deus para o futuro, em que o nosso planeta será transformado, a fim de que surja uma nova Terra.
Uma interpretação adequada da profecia serve para apoiar ou aperfeiçoar todas as outras áreas teológicas, e, sem um estudo apropriado da profecia bíblica, todas as outras áreas, em certo sentido, tornam-se uma revelação incompleta.
Ao tentarmos comunicar o significado das Escrituras com respeito ao passado e futuro, a profecia serve para trazer luz e compreensão a muitos aspectos de nossa vida presente, bem como de nossa esperança futura.
Num esforço de entender e interpretar corretamente a profecia como um exercício teológico válido e justificável, é necessário estabelecer uma base adequada de interpretação profética.

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