Sua finalidade
Talvez em nenhuma outra passagem da Escritura o objetivo da lei esteja tão bem explicado como na carta aos Gálatas.
O apóstolo Paulo pergunta para que é a lei, e em seguida responde:
"Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro".
E mais adiante:
"De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados" (G1 3.19,24).
Isso foi a lei.
Do texto bíblico, e à luz de todo o contexto, percebe- se que a lei, embora ordenada para o bem, não conseguiu justificar ninguém.
Pelo contrário, foi alvo de muitas transgressões e culpas que deveriam levar o homem a conhecer a sua própria miséria e impotência e, partindo daí, a se humilhar diante de Deus, arrepender-se e a ser salvo mediante a fé.
Todavia, em si mesma, a lei não tinha poder algum para levar o homem ao Criador:
Disse Paulo:"E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé" (G1 3.11)
.Já se chegou a dizer que a finalidade da lei, era, em certo sentido, como um instrumento perfeito, enviado para revelar ao homem o seu desarranjo moral.
se nos puséssemos diante de um espelho com um vestuário desarranjado, o espelho nos mostraria o desarranjo, mas não nos colocaria em ordem.
Se fizemos descer sobre um muro tortuoso um prumo, o prumo mostraria a tortuosidade, mas não o colocaria no prumo.
Seu sairmos numa noite escura com uma luz, esta revela-nos todos os obstáculos e dificuldades que se.acham no caminho, mas não os remove.
Além disso, o espelho, o prumo e a luz não criam os males que revelam distintamente: nem os criam nem os afastam, apenas os revelam.
O mesmo acontece com a lei: não cria o mal no coração do homem nem tampouco o tira; mas revela-o com infalível exatidão.
A lei, portanto, serviu ao israelita, a quem foi dada, como um pedagogo, ou aio, até que a fé viesse. Mas depois que a fé veio, não estamos mais sujeitos ao pedagogo.
Em outras palavras, o objetivo último da lei é fazer que o pecador sinta a necessidade de justificação e perdão, e levá-lo, ao final, a confiar em Jesus Cristo e a recebê-lo como seu único Salvador e Senhor, recebendo dele a salvação do pecado e da consequência deste, a morte espiritual.
Argumenta ainda o apóstolo que a lei sinaítica, dada 430 anos depois de Abraão, não invalidou a promessa de Deus feita àquele patriarca.
"Mas a Escritura encerrou tudo sob o domínio do pecado, a fim de que a herança prometida fosse dada aos crentes por virtude da fé em Jesus Cristo" (3.22, tradução do Pontifício Instituto Bíblico de Roma).
Cristo, o único a cumprir plenamente toda a lei através de uma obediência perfeita, tornou-se "Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da eterna herança" (Hb 9.15, ver também Fp 2.5-8).
Servindo-se de duas palavras gregas, anti (que significa "contra"), e nomos (que significa “lei"), Lutero grande sábio e catedrático inventou o termo "antinomianismo", que quer dizer "contra a lei". Embora o reformador alemão usasse esse neologismo em relação a outros, ele próprio nunca se considerou um antinomianista.
Lutero e outros reformadores deixaram bem claro que, embora fôssemos salvos somente pela fé em Cristo, uma vez salvos haveríamos de cumprir a lei.
Assim, não praticamos boas obras a fim de sermos salvos, mas porque somos salvos.
Ora, a Bíblia declara que esse é o objetivo último da lei: fazer que o pecador sinta a necessidade de justificação e perdão, e levá-lo, ao final, a confiar cm Jesus Cristo e a recebê-lo como único Salvador e Senhor, recebendo dele a salvação do pecado e da consequência deste, a morte espiritual.
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