“Os nicolaítas”.
Não podemos determinar com certeza serem estes “nicolaítas”
discípulos de “Nicolau”, o sétimo diácono (At 6.5).
O texto divino escrito por
São Lucas, afirma ser Nicolau, um homem de “boa reputação, cheio do Espírito
Santo e de sabedoria” (At 6.3). O Apóstolo João, conhecia bem pessoalmente a
Nicolau, e sem dúvida, no dia de sua separação para o diaconato (o texto em si
não diz que aqueles sete foram separados para diáconos; mas o grego ali
existente favorece o significado do pensamento: diáconos, três vezes,
ministros, sete vezes e servos, vinte vezes), pôs suas mãos sobre ele (At 6.2,
6), é esta razão, além de muitas outras, motivo para não infligirmos na conduta
deste servo de Deus, aquilo que ele não foi. Se assim o tivesse sido, João
teria citado seu nome como fez com os outros inimigos da igreja. De acordo com
C. I. Scofield, a palavra “Nicolau” quer dizer “Vencedor do Povo”, e o termo
“nicolaítas” que vem no superlativo tem quase o mesmo sentido:
Nico é um termo
grego que significa conquistar ou subjulgar. Laitanes é a palavra grega de onde
se deriva nosso vocábulo “leigo”. Nas cartas do Apocalipse, quando é mencionada
uma doutrina ou ato de uma pessoa, comumente se usa mencionar seu nome, por
exemplo: “doutrina de Balaão” (2.14); “os trono de Satanás” (2.13); “sinagoga
de Satanás” (2.9 e 3.9); “as profundezas de Satanás” (2.24); “toleras Jezabel”,
etc. (2.20). Quanto aos nicolaítas”, o estilo muda completamente como pode
muito bem ser observado: a frase “as obras dos nicolaítas” (2.6), e “doutrina
dos nicolaítas” (2.15). O presente texto, diz:
“As obras de Nicolau” (a
pessoa); nem a “doutrina de Nicolau” (um dos sete). O leitor deve observar a
frase pluralizada: “As obras (dos) nicolaítas” e “doutrina (dos) nicolaítas”.
Estas expressões referem-se a um grupo e não a uma pessoa.
1. Outro ponto de vista sobre o assunto que
deve ser observado é que Nicolau “era prosélito de Antioquia” (At 6.5);
separado para o diaconato, servia na igreja de Jerusalém.
O livro de Atos dos
Apóstolos não fala de Nicolau como tendo-se destacado como missionário
itinerante, a exemplo de Estevão e Filipe (At 6.8 e 21.8). É evidente que sua
esfera de trabalho foi local; ele não alcançou lugares distantes como Éfeso e
Pérgamo.
Pelo que sabemos, não é mencionado mesmo ante ou depois de Cristo, um
homem chamado Nicolau que tenha fundado uma seita, a não ser aquilo depreendido
e focalizado do texto em foco. Se essa palavra é simbólica, vemos, neste
vocábulo, “nicolaítas”, o começo do controle sacerdotal ou eclesiástico sobre
as congregações (igrejas) cristãs individuais.
O Sr. A. E. Bloomfield declara o
que segue: “Os movimentos das igrejas, visando poder político e prestígio
social mediante uniões, federações e alianças mundanas, são ‘doutrinas e obras”
dos nicolaítas. Trata-se do esforço de restaurar, por métodos humanos, aquilo
que se perdeu (o primeiro amor)”. Observemos dois pontos focais ainda sobre o
presente assunto:
(a) Tudo indica que “nicolaítas”, refere-se
ao começo da noção de uma ordem sacerdotal na igreja: “clero” e “leigos”. Tudo
nos faz crer, que esta seita denominada de “nicolaítas” faz parte de um
“sistema” gnóstico existente naqueles dias; pode ser isso o sentido real do que
temos aqui.
(b) Como já ficou estabelecido acima: “...Em
época posterior a Cristo, houve uma seita gnóstica conhecida pro “os
nicolaítas”, a qual é mencionada por Tertuliano de Cartago. Que também era de
índole gnóstica”.
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