De que forma morreu Sísera?
Juízes 5.24-27, parece discordar de Juízes 4.21 nesse ponto.
Como é possível que Jael seja considerada digna de louvor por esse assassinato?
É o que vamos ver.
Bendita seja entre as mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu; bendita seja entre as mulheres nas tendas.Água pediu ele, leite lhe deu ela; em prato de nobres lhe ofereceu manteiga.
À estaca estendeu a sua mão esquerda, e ao martelo dos trabalhadores a sua direita; e matou a Sísera, e rachou-lhe a cabeça, quando lhe pregou e atravessou as fontes.Entre os seus pés se encurvou, caiu, ficou estirado; entre os seus pés se encurvou, caiu; onde se encurvou, ali ficou abatido.Juízes 5:24-27
Juízes 4.21 diz-nos que Jael, esposa de Héber, foi até seu hóspede, que dormia,e martelou em sua têmpora um pedaço pontudo de madeira, traspassando o crânio de Sísera com um único golpe. Presume-se que primeiro ela o alojou confortavelmente e estendeu um cobertor sobre ele, para mantê-lo aquecido para descansar.
Juízes 5.24-27 confirma a informação de que primeiro ela lhe deu uma tigela de coalhada, antes de pô-lo a dormir.
A seguir, estando o homem em sono profundo, ela de posse uma das estacas da tenda cravou em sua fronte, como descreve o versículo 21, matando-o instantaneamente.
O versículo 27 acrescenta um pormenor: depois do impacto do golpe, o corpo de Sísera "se curvou, caiu e ali ficou prostrado" aos pés de Jael.
Não existe espécie alguma de contradição,entre as passagens bíblicas de modo que é difícil entender a razão de tal questionamento.
A pergunta mais difícil relaciona-se com a avaliação moral do ato cometido por Jael.
É certo que ela foi culpada hipoteticamente, de violação ao dever sagrado de proteger um hóspede que fora recebido em paz em sua casa.
Tecnicamente, ela cometeu assassinato em primeiro grau. Ainda que o texto de Juízes em parte alguma diga que Deus aprovou a ação dessa mulher, não pode haver dúvida deque Débora, profetisa do Senhor segundo (4.4), considerou-a digna de elogio.
Tanto ela quanto Baraque, companheiro de combates na derrota do exército de Sísera e no livramento do povo israelita da opressão de Jabim, deram uma expressão dramática, no capítulo 5, ao ato de Jael, revelando aprovação ou admiração pelo que ela fez, ao eliminar o temível guerreiro.
Ao avaliar o ato de Jael, há diversos fatores que devem ser levados em consideração;
Após a derrota do exército de Sísera e o restabelecimento do governo israelita, Jael poderia ter sido condenada, sob acusação de ter dado guarida a um criminoso fugitivo.
Todavia, talvez estivesse sozinha no momento, e não pôderia recusar alojamento a um homem armado e poderoso, ordenando-lhe que fosse buscar refúgio em outro lugar.
Sem dúvida alguma, se Jael lhe houvesse recusado hospedagem, Sísera a teria forçado de qualquer maneira;
talvez a houvesse matado, a fim de evitar que ela o denunciasse.
Afinal, ele representava a opressão brutal e tirânica sobre o povo de Deus, a qual poderia renovar-se algum tempo depois se Jael permitisse que ele escapasse com vida.
Isso significa que ela teria responsabilidade na matança de muitos inocentes, caso a Sísera fosse permitida uma carreira futura de agressão às tribos do norte de Israel.
Jael não estaria disposta a ser cúmplice do inimigo.
Tampouco desejaria enfrentar, com o marido, a condenação à morte por traição, depois que as tropas vitoriosas de Débora e Baraque traçassem a fuga de Sísera até sua tenda.
Tampouco o senso de compromisso de Deus com seu povo Israel permitiu a essa mulher assumir posição ao lado do inimigo.
Portanto, ela não tinha muita escolha.
Na verdade, só lhe restava a decisão,ela precisava pensar rápido,e o que adotou?
Enfrentou as angustiantes alternativas entre dois princípios morais e acabou escolhendo o menor dos dois males,a favor do seu povo,já que o pior inimigo estava em suas mãos,e não o deixou escapar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Responderemos a todos sempre que necessário.Obrigado pela visita ao site.