Um Espírito Mau da Parte do Senhor
Quando o Espírito do Senhor se retirou, Deus não deixou Saul simplesmente sozinho para seguir seu próprio caminho. "Um espírito mau da parte do Senhor" o assombrava
(aterrorizava) (1 Sm 16.14,16,23; 18.10; 19.9).
Isso é difícil para a nossa compreensão.
Não é indicado que esse espírito era um demônio, porque viera da parte do Senhor.
Alguns entendem que o espírito mau era da parte do Senhor no sentido restrito de ter sido permitido por Deus.
Mas o texto hebraico parece mais enfático do que isso.
Na realidade, em 1 Samuel 18.l0 a expressão é abreviada para mau espírito de Deus, e em 19.9 para mau espírito do Senhor (Jeová).
Vinha com bastante freqüência (1 Samuel 16.23), e pelo menos em uma ocasião levou Saul a "profetizar" (1 Samuel 18.10).
É possível que uma chave para o entendimento disso se ache em Isaías 45.7 onde Deus diz:
"Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal".
Aqui, o mal é o inverso da paz (que inclui o bem-estar, a saúde, a prosperidade e a bênção) e não o inverso do bem.
Deus nunca é o autor do mal moral, do pecado. Mas é o Deus santo que envia juízos contra os pecadores, assim como Ele fez contra o Egito (Êxodo 12.1 2).
A palavra mal também é traduzida por adversidade, aflição e calamidade.
Deus freqüentemente se referia aos seus juízos, dizendo que traziam o mal (1 Reis 21.20; 22.18; Jeremias 4.6; 6.19).
Mais tarde, Sofonias (1.12) profetizou o juízo divino contra as pessoas descuidadas que se acomodavam em seus pecados e que diziam:
"O Senhor não faz bem nem faz mal".
O espírito que o Senhor enviou sobre Saul não era, portanto, nem um espírito mau nem um demônio no sentido do Novo Testamento, mas um espírito de julgamento.
Alguns o comparam com 1 Reis 22.19-23. Outros entendem que é como um anjo da
vingança.
A causa desse juízo contra Saul foi, portanto, plenamente sobrenatural. O que ele tinha não era mera doença, enfermidade, ou distúrbio mental.
Esse espírito de juízo o atingiu, precipitando-se sobre ele e para dentro dele.
A graça de Deus foi retirada, mas o juízo divino permaneceu em operação.
Alguns entendem que a música de Davi, que aquietava a Saul, demonstra que a
dimensão natural afeta a sobrenatural.(14) .
E verdade que a Bíblia não estabelece uma clara distinção entre ambas, e nem nós conseguimos estabelecê-la dentro da nossa experiência.
Devemos lembrar-nos, porém, que Davi não era um harpista comum.
Era ungido pelo Espírito Santo.
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