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SANÇÃO UM LIBERTADOR DE ISRAEL.

Sanção o libertador de Israel

Como poderia Deus ter incitado Sansão a manter um romance com uma jovem pagã, como forma de estimular uma contenda entre Israel e seus vizinhos (Jz 14.4)?
Parece que Sansão mantinha relações cordiais com os dirigentes filisteus, os quais conduziam a tribo de Dã subjugada.
 Esses estrangeiros agressivos, amantes da  guerra, vindos de Creta, mantinham grande parte de Israel sob escravidão humilhante,
havia muitos anos.
 Os filisteus haveriam deperturbar os israelitas por todo o período  de Samuel e Saul, até as vitórias finais do rei Davi, em torno do ano 1000 a.C. Sansão era o único capaz de derrotar os opressores.
No entanto, ele estava interessado demais  em si próprio, nos prazeres carnais, e não conseguia desempenhar suas tarefas de forma responsável.
Ele possuía uma força física fantástica e uma coragem que de modo algum se comparava à sua dedicação ao chamado de Deus.
 Fora consagrado desde a infância para servir ao Senhor como nazireu, mas, tendo desenvolvido um espírito voluntarioso, tornara-se um egoísta abominável.
Por isso, a única forma de estimulá-lo contra os opressores de seu povo era permitir que ele arranjasse um motivo de contenda com os filisteus, no contexto de seu interesse pessoal.
 Seus piedosos pais haviam-no exortado a que nada tivesse em comum com as filhas dos filisteus, não importando quão bonitas fossem.
 No entanto, Sansão deixou de lado a  admoestação de seus genitores e persistiu em fazer aquilo mais que lhe agradasse.
É nesse contexto que o versículo 4 nos informa: "Seus pais não sabiam que isso vinha do SENHOR, que buscava ocasião contra os filisteus; pois naquela época eles dominavam Israel".
Chegara o tempo de aparecer outro herói para livrar os israelitas da opressão pagã, como havia acontecido anteriormente, naépoca de Otoniel, Eúde e Gideão.
 Todavia, Sansão estava demasiado envolvido consigo mesmo não conseguia prestar atenção à voz de Deus e precisa dele assim mesmo.
Por isso, precisava de algum incentivo forte para virar-se contra os filisteus, por meio da vingança, por algum mal que eles lhe
fizessem.
 O Senhor usou até mesmo reação carnal de Sansão para realizar seu propósito gracioso de aliviar a opressão dos inimigos de Israel.
O resultado do ressentimento desse jovem contra os convidados para a festa de seu casamento, que haviam arrancado de sua noiva a solução do enigma que ele lhes propusera, foi ele partir para o ataque contra alguns guerreiros (possivelmente membros do exército) da cidade vizinha de Ascalom. Sansão lhes roubou as roupas a fim de poder pagar a aposta que perdera (14.19).
Esse episódio desdobrou-se para o mal: Sansão havia abandonado sua noiva, ressentido por ter descoberto que ela revelaraa resposta do enigma a seus inimigos.
Depois, descobriu que a mesma fora dadaa outro homem. Como retaliação, ele queimou as colheitas dos filisteus.
O resultado de tal vingança, é claro, resultou numa força expedicionária organizada por eles, quedecidiram prendê-lo e puni-lo pelo que
fizera (Jz 15.6-8).
Todavia, essa manobra oslevou à própria destruição ao lado da rocha de Etã e de Ramate-Leí (v. 14-17).
O fato abrandou a opressão férrea que a Filístia mantinha sobre os israelitas.
Até mesmo a tolice de Sansão em revelar o segredo de sua força à namorada Dalila induziu à morte a fina flor da liderança dos
filisteus, quando o templo de Dagom foi derrubado.
"Assim, na sua morte, Sansão matou mais homens do que em toda a sua vida" (Jz 16.30).
Como poderia o casamento de Sansão provir "do SENHOR", como Juízes 14.4 o
declara, se não era permitido aoscrentes casar-se com incrédulos?
Juízes 14.3 deixa bem claro que Sansãoestava errado em casar-se com uma filha dos filisteus, da cidade de Timna.
Seuspais o admoestaram pelo fato de ele estar se casando com alguém que não era de sua fé.
 Mas o jovem insensato não lhes deu ouvidos: "Consiga-a para mim.
É ela que me agrada".
 A seguir, diz o versículo 4, indicativo de que Deus pretendia usar Sansão como paladino contra os filisteus nos anos vindouros:
"Seus pais não sabiam que isso vinha do SENHOR, que buscava ocasião contra os filisteus".
Seria errado concluir, com base nessa última declaração, que Deus estava satisfeito por estar Sansão violando a lei mosaica, que proibia estritamente os casamentos mistos.
Mas essa passagem demonstra que o Senhor tencionava usá-lo como libertador de seu povo, alguém que livrasse os israelitas da tirania dos
impiedosos filisteus.
Visto, porém, que até essa época Sansão mantinha excelentes relações com esse povo, era improvável que ele viesse a fazer voluntariamente
alguma coisa para livrar Israel do jugo dos senhores pagãos.
 Era preciso que ele tivesse uma contenda com os filisteus antes de iniciar uma carreira libertadora em prol de seu próprio povo.
Ashorrendas conseqüências desse casamento infeliz, que na verdade nunca foi celebrado, criaram as circunstâncias pelas quais Sansão ergueuse contra a Filístia.
Como poderia Sansão apanhar 300 raposas para perpetrar a travessura em
Timna?
Juízes 15 fala-nos de como Sansão procurava uma vingança contra os filisteus de Timna, depois que sua noiva fora dadaa outro homem.
 O versículo 4 declara que Sansão "capturou trezentas raposas e asamarrou aos pares pela cauda.
Depois prendeu uma tocha em cada par de caudas".
 A seguir, Sansão "acendeu as tochas", deixou-as correr pela seara dos filisteus de Timna, que perderam toda a colheita.
 No que concerne ao método usado por ele para apanhar 300 raposas, quando a maioria das pessoas acha extremamente difícil pegar uma que seja, nenhuma informação o texto nos fornece.
Se sua força sobre-humana era igualada por uma agilidade também sobrenatural, que o capacitava a superar as raposas em velocidade, não podemos saber.
Talvez ele houvesse criado um tipo especial de armadilha, com grande poder de atração, capaz de prendê-las até acumular o número de animais suficiente para seus propósitos.
 Podemos presumir que Sansão tivesse usado um par de luvas grossas, capazes de protegê-lo contra dentes e garras tão afiados. Qualquer que tenha sido o método empregado por ele para prender tantas raposas, é certo que esse homem era um gênio.
Todavia, qualquer guerreiro que conseguisse matar mil soldados armados usando para isso apenas uma queixada de jumento como única
arma (v. 15) certamente saberia cuidar e capiturar com segurança, trezentas raposas sem grandes dificuldades. 

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