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É POSSÍVEL ACABAR COM A FOME NO MUNDO?


É POSSÍVEL ACABAR COM A FOME NO MUNDO?

COMO É A SITUAÇÃO GLOBAL DA FOME?
Primeiro, vamos entender o que se caracteriza como fome,o que é fome.
A fome, como problema, está presente em indivíduos subnutridos, ou seja, pessoas que continuamente não têm acesso a calorias suficientes para suprir suas necessidades energéticas diárias.
 Existem, atualmente, cerca de 795 milhões de indivíduos nessa situação.
Em outras palavras:
1 a cada 9 pessoas no mundo está subnutrida.
 Desse total, a grande maioria, 780 milhões, se encontra geograficamente nos países em desenvolvimento.
O problema da fome é latente nos países em desenvolvimento e a maior parte da população pobre e subnutrida vive nas áreas rurais, onde a agricultura familiar prevalece como o modo de organização de produção.
Seguindo essa tendência, aproximadamente 75% da população pobre mundial vive em áreas rurais –
Essa taxa pode ser ainda maior em países de baixa renda.
 Assim, pequenos agricultores possuem quatro vezes mais chances de serem pobres do que qualquer outro indivíduo empregado em um setor diferente da economia, o que respalda diretamente na sua renda e na verba que poderá destinar à sua alimentação e à de sua família.
Vale destacar que 90% das 570 milhões de fazendas agrícolas pelo mundo são geridas por esses indivíduos, sendo responsáveis por mais de 80% da produção mundial de alimento.
APESAR DE PRODUZIREM A ALIMENTO ELES NÃO TEM ACESSO.
 O problema em geral recai sobre a pobreza, que faz com que não tenham boa estrutura de armazenamento, que se endividem para manter o cultivo, que precisem vender a produção em épocas desfavoráveis para conseguir dinheiro ou que não tenham nenhuma estrutura de proteção contra variáveis climáticas.
POR QUE O PROBLEMA DA FOME EXISTE?
Quem não conhece o problema da fome pode pensar que a causa é simples: “não existe produção de alimentos suficiente no mundo para suprir as necessidades dos 7 bilhões de indivíduos nesse planeta”. Mas esse não é o caso, a questão é mais complexa e vamos entendê-la agora.
1. Deficiência na distribuição de alimentos
A produção global atual é mais do que suficiente para suprir as necessidades calóricas de cada um dos 7 bilhões de indivíduos da população mundial .
O que acontece é que há uma séria deficiência no sistema de distribuição dos recursos necessários para se ter acesso à  alimentação, fenômeno que acontece  principalmente nos países em desenvolvimento e nas áreas rurais em que a infraestrutura é precária e a conexão com os centros urbanos é difícil.
Essa deficiência está, acima de tudo, na construção da estrutura social, que nas atuais circunstâncias é extremamente desigual.
 Assim, as populações pobres têm recursos financeiros muito reduzidos (algumas vivem com menos de 2 dólares por dia), o que limita a compra de alimentos para consumo.
A oferta de alimentos, tanto em quantidade quanto em variedade, é dirigida aos centros urbanos, que é onde há mais indivíduos com boas condições de poder aquisitivo.
Contudo, é nessas localidades onde mais acontece o desperdício desses produtos.
2. Desperdício de alimento
Outro  fator agrava esse cenário:
o desperdício de alimento.
Em 2016, das 4 bilhões de toneladas métricas de comida produzidas, um terço foi desperdiçado (1,3 bilhões de toneladas métricas), custando aproximadamente US$750 bilhões  à economia global anualmente.
 Entretanto, as perdas não se limitam apenas a esfera econômica, mas também de outros insumos que foram necessários para a produção, como a água, energia e trabalho, emitindo ainda gases estufa ao longo do processo.
Você sabia, ainda, que existem dois principais padrões de desperdício?
 Eles serão determinados de acordo com a situação econômica dos países.
Nos desenvolvidos, o processo normalmente acontece nas mãos do consumidor final, quando a comida já está pronta, mas ela não é totalmente consumida, gerando os “restos” que são jogados fora.
Já nos países em desenvolvimento, o desperdício ocorre muitas etapas antes.
O  alimento é perdido logo nos estágios iniciais:
durante a produção quando a colheita não é utilizada ou processada por conta das condições precárias de armazenagem ou pelos agricultores não possuírem meios suficientes para transportar sua produção até os pontos de distribuição para venda – todas as informações são da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
O desperdício é tão grande que, utilizando apenas um quarto da comida jogada anualmente no mundo, já seria o suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas subnutridas, o que excede o número de pessoas de fato passando fome globalmente.
3. Pobreza e a insegurança alimentar
Além disso, a Declaração de Roma (1996) cita outras possíveis causas para a deficiência no sistema de distribuição e a consequente insegurança alimentar. Dentre elas estão conflitos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, que é a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo.
OS IMPACTOS DA FOME NA SOCIEDADE
Podemos dizer que fome e pobreza caminham lado a lado, podendo uma ser causa ou consequência da outra, mas sempre colocando os indivíduos afetados em um ciclo de miséria difícil de ser quebrado. As populações mais vulneráveis a esse problema são:
crianças até 5 anos;
mulheres grávidas e em período de amamentação;
populações pobres e que vivem em países em desenvolvimento.
4 problemas desencadeados pela fome
Vamos entender agora o que o ciclo da fome gera:
Capacidade de realização de atividades físicas reduzida: pela falta de alimentação ou alimentação precária, consequentemente o potencial de trabalho daqueles que sofrem com a fome será afetado.
A maior consequência desse fato é que, normalmente, a força de trabalho é o único recurso que esses indivíduos têm a oferecer e a redução da sua capacidade de trabalho pode agravar ainda mais sua condição econômica e perpetuar sua condição de falta de alimentação.
O desenvolvimento físico e mental da pessoa é prejudicado: a subnutrição e falta de alimentação retarda o crescimento infantil, deixa sequelas nas habilidades cognitivas e diminui o desempenho e a presença escolar.
Compromete, ainda, os resultados de investimentos realizados no setor de educação, uma vez que crianças desnutridas têm seu potencial de aprendizado reduzido e algumas precisam até largar os estudos para ajudar com a renda familiar e colocar comida na mesa.
Danos a longo prazo para a saúde, aumentando a probabilidade de doenças (por conta do enfraquecimento pela alimentação insuficiente) e morte prematura.
Os problemas são transmitidos de uma geração para a outra: crianças nascidas de mãe desnutridas já começam a vida com dificuldade, por conta do baixo peso e deficiências nutricionais causadas no período da gestação.
Gera instabilidade política e social, dificultando ainda mais os esforços dos Estados em reduzirem a pobreza.
Esses fatores têm impacto em diversos níveis: individual, comunitário e governamental. Por conta disso, a fome (e a pobreza) não é  um problema fácil de ser erradicado, requerendo várias linhas de ações diferentes.
FOME NO MUNDO: UM HORIZONTE COMPLICADO
As quase 800 milhões de pessoas subnutridas no mundo mostram que a fome é mais do que uma questão de saúde pública. Suas raízes estão enterradas na construção da estrutura social, que é extremamente desigual, fazendo com que fome e pobreza caminhem lado a lado. Como resultado, a nível individual, vemos complicações na saúde dos afetados, como: doenças, diminuição do seu rendimento físico e de suas oportunidades futuras. Contudo, as consequências vão além: a fome pode afetar ainda o desenvolvimento econômico de um país, sua estabilidade política e social
Visite;https://www.youtube.com/watch?v=ppeTepsMn2c

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