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PORQUE JESUS FOI BATIZADO?


Por que Jesus foi batizado?
 Esta pergunta tem atormentado muitas mentes. Até mesmo de  pregadores.
Por que Aquele que “não cometeu pecado” (1 Pe 2.22) se oferece ao batismo?
João fazia todos os candidatos confessarem os seus pecados.
Mas Jesus não tinha pecados para confessar. Por que, então, Ele se submeteu ao batismo?
G. Campbell Morgan dá a seguinte resposta:
“Quando Jesus deixou o que na sua vida era preparatório e começou o verdadeiro trabalho do ministério, Ele se dedicou ao tema definitivo de Sua obra, ou seja, uma identificação com os homens até na condição de morte”.
Mais especificamente, ele acrescenta: “O Seu batismo foi um ato pelo qual Ele concordou em assumir o seu lugar entre os pecadores”.
Na identificação com a humanidade esta é a chave que abre a porta desse mistério.
Este é o verdadeiro significado da Encarnação.
 Mais do que vir em um corpo físico, era entrar na raça humana sentir na pele o que é ser humano.
 Freqüentemente, no Antigo Testamento, Deus entrava  na história humana de uma maneira milagrosa.
Mas agora Ele entra na própria humanidade.
 A Encarnação é o maior de todos os milagres.

O batismo de Cristo foi um prelúdio da cruz. Ele cumpriu “toda a justiça” para que pudesse ser um sacrifício perfeito.
Como Aquele que não tinha pecado pôde se identificar com a humanidade pecadora? Esse é um paradoxo que sempre representará um mistério, mas que está completamente relacionado com a sua morte redentora no Calvário.
Dietrich explica da seguinte maneira:
“Somente mais tarde o profundo significado desse ato pôde ser compreendido,por esse ato Jesus se identificou com aqueles que formavam o seu povo, assumiu a culpa deles e recebeu com eles e por eles o batismo do arrependimento”.
Alguém já disse  que o Batismo foi, depois da morte de Jesus, “o maior exemplo da Sua submissão à vontade do Seu Pai”.
Como?
“Porque através do batismo Ele se submeteu, conscientemente, a estar computado entre os pecadores, como se Ele mesmo fosse um pecador, e a receber o sinal exterior da purificação daquela coisa má e aviltante na qual Ele não tinha qualquer parte.”
Depois de ser batizado (particípio passivo aoristo), Jesus saiu logo da água .
 O texto grego diz apo - “da” água.
No entanto, Marcos (1.10) diz ek, “para fora”. Nenhum deles é uma prova conclusiva a favor ou contra a imersão.
 O modo não está indicado e não podemos ir além do que está escrito.
Os fatores centrais na cena do batismo foram uma visão e uma voz. A visão foi a do Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele .
 A voz declarou:
Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo .
 Erdman comenta:
“O primeiro foi uma indicação simbólica do poder divino pelo qual o seu ministério deveria ser realizado, e o último foi uma confirmação de que Ele era o Messias, o próprio Cristo de Deus”.
Aexpressão viu (v. 16; Mc 1.10) parece sugerir que a visão da pomba só foi contemplada por Jesus. Mas Lucas diz que “o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3.22).
 Também o Evangelho de João (1.32-34) indica que o Espírito descendo como uma pomba era o sinal combinado previamente com João, de que este era realmente o Messias. Entretanto, em nenhum lugar se afirma que a pomba foi vista pela multidão que os rodeava.
A pomba era um símbolo apropriado da amabilidade do Espírito que ungia Jesus..
A voz do céu expressou a aprovação do Pai quanto à obediência do Filho. Um significado do termo amado é “único”. Assim, o Pai, de duas maneiras e com força dobrada, declarou o papel singular de Jesus como o Seu único Filho, e Servo obediente. Cristo já estava trabalhando como o Servo do Senhor descrito em Isaías. A obediência à vontade do Seu Pai, que Ele manifestou publicamente pela primeira vez em Seu batismo, encontrou o seu ponto culminante na cruz. O Calvário foi o clímax do seu ministério como o Servo Sofredor.
Mateus faz da mensagem do céu uma proclamação pública: este é o meu Filho amado, ao passo que Marcos (1.11) e Lucas (3.22) apresentam a frase mais direta e mais pessoal: “Tu és meu Filho amado”. Mas Lucas e João indicam claramente que a forma da pomba foi vista pelo menos por João Batista (veja acima). Assim, existe um amplo testemunho para o fato de que esta não foi uma experiência meramente subjetiva e desfrutada apenas por Jesus.
Com respeito à última frase, em quem me comprazo, Meyer escreve: “O aoristo denota: em quem eu tenho bom prazer, que se tornou o objeto do meu bom prazer”.84 Lange explica do seguinte modo: “O verbo está na forma aoristo para significar o eterno ato de contemplação amorosa que o Pai tem para com o Filho”.
Uma das características significativas do Batismo é a de que nós temos aqui, pela primeira vez na Bíblia, uma indicação clara e completa da Trindade. Quando Jesus saiu da água, o Espírito Santo desceu sobre Ele e, ao mesmo tempo, uma voz do céu declarou: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Assim, nós entramos no Novo Testamento com uma revelação explícita de que Deus existe como Pai, Filho e Espírito Santo

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