1.26,27 Deus é uma entidade singular (Dt 6.4; 32.39; Is 45.5,6; Jo 17.3; 1 Co 8.6) ou plural (Gn 3.22; 11.7; 18.1-3; Is 6.8; 48.16; Jo 10.30,34-38)?
A palavra hebraica para Deus é ’elōhîm, um substantivo plural.
Em Gênesis 1.1, o termo é usado concordando, gramaticalmente, com um verbo no singular bārā’, “criou”.
Quando são usados pronomes no plural – “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, isto indica a pluralidade de pessoas (um plural de número), ou o conceito de excelência ou majestade que pode ser indicado desta maneira em hebraico?
Deus poderia estar falando com os anjos,a terra,ou a natureza,referindo-se a si mesmo em relação a algum deles?
Ou esta é uma indicação germinal de uma distinção de pessoas na Divindade?
Não se sabe, ao certo.
Até a vinda de Jesus, a unidade essencial (interna) da Divindade não era compreendida, em grande parte, ainda que fosse indicada em outras perícopes (Is 48.16).
Deus é, essencialmente, Espírito (Jo 4.24).
Portanto, o homem que é “imagem e semelhança” de Deus, possui um espírito imortal.
Os homens se assemelham a Deus em certos aspectos pessoais (Gn 1.26),sem que sejam iguais a Ele (Is 40.25).
A semelhança entre o homem e Deus é aquilo que distingue a criatura racional do resto da criação.
O homem é um ser pessoal, com a capacidade de pensar, sentir e decidir.
Ele tem a capacidade de fazer escolhas morais e a capacidade de crescimento ou declínio espiritual.
No princípio, o homem amava a Deus e era uma criatura santa.
O pecado mudou isto.
O seu espírito ficou tão alterado pelo pecado, que ele se escondeu de Deus, e agora ama o mal mais do que a justiça (Jo 3.19,20).
Depois da época de Adão,somente aqueles que viviam com retidão diante de Deus eram considerados seus descendentes (Mt 3.7-10; 13.38; Jo 12.36; At 13.10; Cl 3.6).
O homem não mais se encontra no estado perfeito de inocência em que estava na época da sua criação.
Portanto, ele não tem os mesmos atributos e qualidades espirituais, semelhantes aos de Deus, que tinha em seu estado original.
Jesus,o segundo Adão (1 Co 15.45),veio para desfazer as obras de Satanás (1 Jo 3.8),e para restaurar a semelhança espiritual do homem com Deus (2 Co 3.18; Ef 4.24; Cl 3.10).
2.4 É bem sabido que parece haver dois relatos diferentes da criação nos dois primeiros capítulos do livro de Gênesis,mas isto não leva-nos necessariamente a concluir que eles sejam incompatíveis, como sugeriram alguns.
As duas seções complementam-se.
Gênesis 1.1–2.4a seg,apresenta uma visão ampla e geral de todos os sete dias da criação, e trata da criação do homem e da mulher como um ato único.
Então,em 2.4b-24,o autor concentra-se no sexto dia, dando detalhes que não foram mencionados na visão geral do capítulo 1.As origens separadas,do homem e da mulher, são trazidas a um nítido foco.
Logo, os capítulos 1 e 2 não estão em sequência cronológica,mas Gênesis 2.4b-24 apresenta, com mais detalhes, aquilo que Gênesis 1.11,12,24-31 apenas resume.
2.7 A palavra “alma”foi usada com vários significados por diferentes autores na Bíblia.
A palavra hebraica é (nepheš), que significa “aquilo que respira”.
Ela corresponde ao grego (psychē),que normalmente é traduzido como “alma” ou“vida” (veja Dicionários Comentados de Strong, onde há defini-ções mais completas).
A expressão “alma vivente” não se refere ao espírito de Adão, como imortal, mas simplesmente ao fato de que era um ser físico, vivente. A mesma expressão é usada em Gênesis 1.20,21 com referência as criaturas que voam e nadam. O termo significa meramente que Adão se tornou vivo. Isto nega a possibilidade da evolução teísta (a alma, com um sopro, passando a uma forma animal viva). Contudo, em Gênesis 1.26,27, é ensinada a imortalidade do espírito humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Responderemos a todos sempre que necessário.Obrigado pela visita ao site.