COMENTÁRIOS EM MATEUS 8.11 e 12.


 Jesus acabava de elogiar a grande fé do centurião romano, um gentio que viera em busca de cura para o seu servo.
 Os “filhos do Reino”, neste caso, são os judeus impenitentes que pensavam que a sua origem lhes dava direito automaticamente ao reino de Deus (cf. Jo 8.31-59).Obs; não misturar judeu com  igreja, pois são povos distintos.
 Todavia, na realidade, estes eram falsos filhos do reino (Mt 7.21-23; 13.38; Lc 13.22-30).
Os que vêm “do Oriente e do Ocidente” são gentios que, como este centurião, exercem a fé pessoal em Jesus Cristo.
 Os judeus pensavam que lhes estava assegurada a benevolência especial de Deus, mas o Senhor lembrou-lhes de que eles seriam os “últimos” no reino de Deus, ao passo que aqueles que se consideravam “os últimos”, como os publicanos e as prostitutas, seriam “os primeiros”, se exercessem a fé nele (Mt 21.31).
Além disso, os judeus impenitentes seriam “lançados”, por causa da sua declaração hipócrita de que eram os filhos e seguidores de Abraão.
Abraão era o pai dos crentes fiéis,  e, embora estas pessoas fossem descendentes físicas de Abraão, não faziam parte da família da fé por não crerem no evangelho de Jesus.
 A expressão “trevas exteriores” aparece três vezes na Bíblia (Mt 8.12; 22.13; 25.30), e é sempre precedida pelo artigo definido, no idioma grego.
Ela parece indicar uma área fora de um salão de banquete bem iluminado, onde há trevas ou sem iluminação (cf. parábola do banquete das bodas, em Mt 22.1-14).
Nesta parábola, a pessoa que conseguiu entrar no salão do banquete sem a veste apropriada foi lançada nas “trevas exteriores”, separada da festa em andamento. . . não o inferno como afirmam alguns,caso contrario teremos de invalidar as palavras de Jesus em; 
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão.
João 10:27,28.
 Nos dois primeiros casos, a expressão “trevas exteriores” refere-se ao local de sofrimento para os incrédulos, e está em contraste com a luz onde estão os crentes (1 Jo 1.5-7).
 Os incrédulos serão lançados na fornalha de fogo, ao passo que os crentes resplandecerão como o sol, no Reino do Pai (Mt 13.42,43).
As “trevas exteriores”, em Mateus 8.12 e 22.13, são uma referência ao Geenna, o “local do fogo” (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; cf. nota de Js 15.8).
Em Mateus 25.30, a expressão “trevas exteriores” aparece no fim da parábola dos talentos, que enfatiza a necessidade de servir a Deus fielmente.
Entretanto, as “trevas exteriores” de Mateus 25.30 podem não se referir ao Geenna.
 Os que dizem que a expressão se refere ao “local do fogo”, estão convencidos de que os servos aqui mencionados são meramente membros da igreja visível e, por isto, não necessariamente crentes.
 Os servos ímpios, que “escondem os seus talentos”, são, na realidade, incrédulos, que são lançados no inferno (Jo 15.6; Tg 2.14-26).
Outros dizem que esta parábola não se refere a incrédulos ou hipócritas, de maneira nenhuma, mas aos crentes que negligenciam o exercício de seus talentos dados por Deus.
O Senhor chama este tipo de servo de ponēre, “mau” (Mt 25.26), e hoi katēramenoi, “maldito” (Mt 25.41), apesar do fato de que esta pessoa é um dos servos do Senhor.
Isto é similar à ocasião em que o Senhor chamou Pedro de “Satanás” apesar de ser um discípulo (Mt 16.23).
Estes termos, contudo, podem também ser aplicados aos crentes que falharam no serviço do Senhor.
As palavras de Paulo em 1 Coríntios 3.10-15 respaldam plenamente o fato de que as obras de fé dos servos de Deus serão postas à prova, como que pelo fogo.
 Por conseguinte, neste caso, as “trevas exteriores” podem ser uma referência a um lugar ou posição de muito menos recompensas para os servos que se provarem menos diligentes do que os que usarem e exercerem os seus talentos plenamente. A entrada ao céu é possível pela aceitação do sacrifício de Cristo para a justificação, mas as recompensas de uma pessoa no céu serão determinadas pelo que ela fez por Cristo na terra (Mt 5.3-12; 7.21-23; 10.15; Lc 6.20-26; 12.47,48; At 10.4,31; Rm 2.1-16; 14.10-23; 1 Co 3.13; 4.5; 2 Co 5.10; 1 Jo 4.17; Ap 20.11-15).
A fidelidade do cristão às suas tarefas e responsabilidades no mundo é considerada de tão suprema importância, que a mesma metáfora, as “trevas exteriores”, que foi usada pelo Senhor para indicar a punição do incrédulo, pela sua rejeição à salvação de Deus, é usada com respeito ao crente que não vive em obediência à luz que recebeu, mas que é salvo pela graça, a isto é simplesmente por aceitar a CRISTO.
 No caso do incrédulo, será uma punição de fogo (Mt 13.30; Jo 15.6).
 No caso do crente, haverá choro ou tristeza, por não ter usado as oportunidades que Deus propiciou. Embora as suas lágrimas sejam enxugadas (Ap 7.17; 21.4), ainda assim ele perderá recompensas.

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