Saul Oferece Sacrifícios e é Repreendido por Samuel e rejeitado por Deus.
Temos aqui:
O pecado de Saul ao oferecer o sacrifício antes da da vinda de Samuel.
Samuel, quando o ungiu, tinha ordenado que esperasse por ele sete dias em Gilgal, prometendo, após esse período, que viria até ele e ambos ofereceriam sacrifícios por ele e ele receberia orientações quanto ao que fazer (cap. 10.8).
Talvez essa ordem, embora inserida ali, tenha sido dada a ele mais tarde, ou tenha sido dada a ele como uma regra geral a ser observada em cada assembléia pública em Gilgal.
Ou, como provavelmente foi o caso, embora não mencionada outra vez, foi repetida recentemente quanto a essa ocasião em particular, visto que está claro que Saul entendia que deveria esperar até que Samuel viesse;
caso contrário não teria arranjado tantas desculpas como fez pelo fato de não ter esperado por ele (v. 11). Saul não obedeceu a essa ordem.
Ele esperou até o sétimo dia, mas não teve paciência para esperar até o fim do sétimo dia. Talvez tenha acusado Samuel de não ser fiel à sua palavra, de ser negligente com o seu país e desrespeitoso com o seu príncipe e achou que era mais justo que Samuel esperasse por ele do que ele por Samuel.
De qualquer modo:
1. Ele tomou a liberdade de oferecer o sacrifício sem Samuel. Pelo que tudo indica, ele próprio ofereceu o sacrifício, embora não fosse sacerdote nem profeta, como se, pelo fato de ser rei, pudesse fazer qualquer coisa.
Essa era uma atitude presunçosa que também custou caro ao rei Uzias (2 Cr 26.16ss.).
2. Ele resolveu enfrentar os filisteus sem as orientações de Samuel simplesmente por ser rei, embora este tivesse prometido que declararia o que haveria de fazer.
Saul era tão auto-suficiente que não achava que necessário esperar que o profeta do Senhor orasse por ele ou o aconselhasse.
Esse foi o pecado de Saul.
E o que agravou a situação foi:
(1) Que, pelo que parece, ele não enviou um mensageiro a Samuel, para receber novas orientações dele, embora tivesse orientação suficiente no que fazer.
(2) Que, quando Samuel veio, Saul estava mais inclinado a se vangloriar por aquilo que havia feito do que arrepender-se por isso; pois, lhe saiu ao encontro, para saudá-lo, como seu irmão-sacrificador, e parecia contente com a oportunidade de deixar claro a Samuel que não precisava dele, mas que sabia se virar sem ele.
Ele saiu para abençoá-lo,de acordo com o original, como se entendesse que era um
sacerdote completo, habilitado a abençoar e a oferecei’sacrifício.
Na verdade, ele deveria ter ido ao encontro de Samuel para ser abençoado por ele.
(3) Que acusou Samuel de quebra de promessa: tu não vinhas nos dias aprazados (v. 11) e, portanto, se alguma coisa estava errada, a culpa deveria ser de Samuel, que era o ministro
de Deus. No entanto, Samuel veio, de acordo com a sua palavra, antes que o sétimo dia tivesse expirado.
Assim, os escarnecedores dos últim os dias (2 Pe 3.3) acham que a promessa da vinda de Cristo não tem validade, porque Ele não vem no tempo deles, embora seja certo que chegará no tempo pré-determinado.
(4) Que quando foi cobrado pela desobediência, ele se justificou em relação àquilo que tinha feito, e não deu sinal algum de arrependimento.
Não é o pecar que destrói as pessoas, mas, sim, pecar e não se arrepender, cair e não levantar novamente.
Veja as desculpas que Saul apresenta (w. 11,12).
Ele acha que esse ato de desobediência seria considerado:
[1] Um exemplo de sua prudência. A maioria do povo havia se dispersado, e ele achava que essa era a única forma de evitar que aqueles que ainda permaneciam próximos dele não desertassem também. Se Samuel negligenciava os interesses públicos, ele não o faria.
[2] Um exemplo de sua piedade. Ele seria considerado muito devoto pelo fato de não se engajar na guerra com os filisteus até que obtivesse o favor divino por meio da oração e sacrifício: “Agora'’, disse ele, descerão os filiste us contra mim, antes de obter a benevolência do SENHOR, e então estarei arruinado”. Não posso ir para a guerra antes de fazer minhas orações! Assim, ele encobriu sua desobediência à ordem de Deus com o pretexto de estar preocupado com o favor de Deus.
Os hipócritas colocam grande ênfase nos aspectos exteriores da religião, achando que, com isso, desculparão seu desprezo pelo que é o mais importante da lei (Mt 23.23).
Por último, ele reconhece que o fez contra a sua consciência: forcei-me e ofereci holocausto, talvez vangloriando-se de ter ido contra suas convicções para obter um bem maior, ou pelo menos
achando que isso abrandaria seu erro.
Ele sabia que não deveria ter feito o que fez, mas o fez de forma relutante.
Que homem tolo! Achar que Deus agradar-se-ia dos sacrifícios oferecidos em direta oposição à sua ordem geral bem como à sua ordem específica.
A sentença anunciada a Saul pelo seu pecado.
Samuel o encontrou parado diante dos seus holocaustes, mas, em vez de oferecer uma resposta de paz,ele foi enviado com notícias pesadas.
Ele deixa claro que o sacrifício dos ímpios é abominável ao SEN H O R (Pv 15.8), ainda mais quando o ímpio o apresenta, como ocorreu com Saul, com intenção m aligna (Pv 21.27).
1.Samuel mostra a ele a seriedade do seu delito, e diz a esse rei:
Oh! Belial.
Isto somente um profeta do Senhor pode dizer (Jó 34.18). Ele o culpa de ser inimigo de si mesmo e dos seus interesses:
“Agiste nesciamente,rebelando-se contra Deus e seu governo. Não guardaste
o mandamento cio SENHOR, teu Deus, o mandamento por meio do qual Ele buscou provar a tua obediência” Observe: Aqueles que desobedecem aos mandamentos de Deus agem de maneira néscia contra si próprios.
2. Ele anuncia a sua sentença (v. 14):
“Não subsistirá o teu reino e da tua família por muito tempo; Deus espaço para o seu arrependimento que, se ocorresse, haveria a reversão dessa sentença; mas, após o ato de desobediência seguinte, ela se tornou irreversível (cap.15.29). E agora, teria sido mil vezes melhor se tivesse continuado na obscuridade, cuidando de suas mulas do que ser entronado e tão rapidamente destronado.
Mas será que não foi duro demais, passar uma sentença tão severa contra ele e sua casa, devido a um único erro, um erro que parecia tão pequeno, e para o qual ele tinha tantas desculpas? Não, porque justo é o SEN H O R em todos os seus caminhos (SI 145.17).
Ele não comete equívocos a homem algum e será justificado quando fcdar e puro quando julgar (SI 51.40).
Com isso:
(1) Ele m ostra que não existe pecado pequeno ou insignificante, porque não é pequeno o Deus contra quem se peca; mas cada pecado é uma prevaricação contra o reino celestial, para o qual tínhamos esperança.
(2) Ele mostra que a desobediência a um mandamento expresso,embora em uma questão pequena, é uma grande provocação, como no caso dos nossos primeiros pais.
(3) Ele nos adverte a guardar o nosso coração.
Aquilo que para os homens pode parecer uma pequena ofensa, para Ele, que conhece a disposição da mente, pode parecer um pecado abominável.
(4) Deus, ao rejeitar a Saul por um erro aparentem ente tão pequeno, realça, como por meio
de uma folha metálica, o brilho da sua misericórdia em perdoar pecados tão grandes como o de Davi, Manassés, e outros.
(5) Por meio desse exemplo aprendemos a importância de esperar sempre em nosso Deus (Os 12.6).
Saul perdeu seu reino pela falta de duas ou três horas de paciência.
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