Também tomará ambos os bodes.
D. O Dia da Expiação. Levítico 16:1-34.
A preparação de sumo sacerdote não era uma exclusividade do sacerdócio hebreu. A maioria dos povos antigos que seguiam uma religião com sistema sacerdotal, tinha seus sumos sacerdotes. temos exemplos: acredita-se que cerca de mil anos antes do tempo de Moisés estabelecer para Israel, os centros religiosos do Egito já possuíam a figura de um sumo sacerdote.
No entanto, o conceito do sumo sacerdócio judaico se diferencia de todos os demais.
Mas o que era o sumo sacerdote na Bíblia?
Apesar de todos os sacrifícios feitos durante o ano pelos membros da congregação de Israel e pelos próprios sacerdotes, ainda ficavam pecados e imundícias que exigiam expiação para que houvesse um relacionamento adequado entre Deus e o Seu povo. Por isso um dia particular foi inaugurado, no qual o ritual executado pelo sumo sacerdote realizaria a reconciliação da nação com o seu Deus. Hebreus 9 dá o significado da cerimônia para o cristão dum quadro claro que Lv. 16 pode verdadeiramente ser chamado de pináculo do sistema sacrificial do V.T.
Não entre no santuário em todo tempo.
Arão não tinha permissão de freqüentes entradas no Lugar Santo por trás do véu (paraket) ou "divisor", diante do propiciatório (kapporet) descrito em Êx. 25:17-21. Este kapporet vem do verbo keipar, "cobrir, perdoar ou expiar". Por isso a tampa da arca, ou propiciatório, podia ser assim chamada. Conforme prescrito nos versículos 29, 30, a entrada só devia acontecer uma vez por ano. E só devia ser feita de acordo com o que fora prescrito.
Apesar de na maioria das vezes Arão ser chamado simplesmente de “sacerdote”, o texto bíblico deixa claro sua posição mais elevada. Além disso, em algumas ocorrências ele é designado de forma especial. Às vezes ele é chamado de “sacerdote ungido”, e outras vezes de “sumo sacerdote” ou literalmente “o grande sacerdote” (cf. Levítico 4:3-16; 6:22).
Os dois bodes, depois de serem "apresentados ao Senhor na hora do sacrifício" eram escolhidos por sorte, um para o Senhor e outro como "bode emissário" ('azei'zel).
A identidade e significado de 'azei'zel não são explicados, mas pode ser claro que era alguma espécie de demônio que representava para o povo judeu aquilo que se opunha a Jeová.
Deve-se notar, contudo, que enquanto um bode devia ser sacrificado ao Senhor (vs. 9,15), o outro não devia ser sacrificado a 'azei'zel, mas simplesmente solto no deserto depois de ter sido apresentado vivo diante do Senhor (cons. vs. 20-22). Outra interpretação do tal 'azei'zel é que a palavra hebraica é um substantivo abstrato significando "remoção completa" (cons. ASV tradução marginal).
Neste caso 'azei'zel é formado de um radical intensivo da raiz verbal 'azal encontrado na linguagem árabe cognata com o significado de "remover".
Sabemos que Levítico 17:7 proíbe expressamente qualquer sacrifício aos demônios. A função real do bode vivo era levar para longe todos os pecados de Israel e tornar evidente o efeito da grande obra da expiação.
Levíticos 16 no contexto, descreve o Dia da Expiação, o dia santo mais importante do ano judaico.
Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes santas, e de início se preparava mediante um banho. Em seguida, antes do ato da expiação pelos pecados do povo, ele tinha de oferecer um sacrifício pelos seus próprios pecados, que era um novilho. A seguir, tomava dois bodes como já dissemos e, sobre eles, lançava sortes: um tornava-se o bode do sacrifício, e o outro tornava-se o bode expiatório (16.8).
Sacrificava o primeiro bode, levava seu sangue, entrava no Lugar Santíssimo, para além do véu, e aspergia aquele sangue sobre o propiciatório, o qual cobria a arca contendo a lei divina que fora violada pelos israelitas, mas que agora estava coberta pelo sangue, e assim se fazia expiação pelos pecados da nação inteira (16.15,16).
O Dia da Expiação era uma assembléia solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor (16.31). Esta contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a obra divina da expiação era eficaz somente para aqueles de coração arrependido e com fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7).
O Dia da Expiação levava a efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o ano anterior (16.16, 21). Precisava ser repetido cada ano da mesma maneira.
Esta cerimônia única envolvendo o segundo bode ensina a remoção completa dos pecados expiados pelo sacrifício (cons. Sl. 103:12; Is. 38:17; 43:25; Jr. 31:34; Mq. 7:19; Jo. 1:29; Hb. 9:26). Levítico tomará também o incensário.
A primeira entrada do sumo sacerdote no Santíssimo era com o propósito de introduzir o incensário com brasas vivas e dois punhados de incenso. O testemunho (hei'edut) é um termo usado com referência às duas tábuas dadas a Moisés no Sinai e subseqüentemente colocadas na arca (cons. Êx. 25:16; 31:18; 32:15). A nuvem resultante do incenso tinha muito provavelmente o intuito, talvez, de esconder aos olhos do sacerdote a manifestação de Deus sobre o propiciatório para que não morresse (Êx. 33:20).
Tomará do sangue.
Entende-se aqui que o sumo sacerdote devia sair do Santíssimo Lugar a fim de buscar o sangue do novilho, voltando então uma segunda vez para aspergir o sangue sobre e diante do propiciatório conforme indicado. Depois imolará. Depois devia sair novamente, matar o bode da oferta pelo pecado do povo, entrando no Lugar Santíssimo uma terceira vez, repetindo com o sangue do bode o procedimento descrito no texto em questão.
Fará expiação.
Assim o sumo sacerdote expiaria os pecados do povo, e a conseqüente imundícia do Lugar Santo e do Tabernáculo, que exigia uma purificação periódica.
Fará chegar o bode vivo.
O bode vivo devia ser trazido, depois do que, Arão colocada as duas mãos sobre ele, e confessaria todos os pecarias do povo de Israel. Considerava-se que este ato simbolizava a transferência dos pecados para o bode, o qual era depois solto no deserto, presumivelmente para morrer. Já dissemos que 'azei'zel representava para os judeus aquilo que se opunha ao Senhor.
Assim como o primeiro bode era o meio de expiação dos pecados de Israel com referência ao Senhor representado, o segundo bode era um meio de expiação com referência ao que se opunha ao Senhor que é satanás qu gosta do pecado, fazendo voltar para ele, com o bode, os pecados pelos quais era ele mesmo responsável. Mas, enquanto o bode designado para o Senhor era sacrificado, o bode designado para 'azei'zel não era. Se, na realidade, considerava-se o Levítico segundo bode portador de todos os pecados (isto é, os pecados arbitrários como também os involuntários) dos filhos de Israel não está claro. 23-25.
Depois Arão virá à tenda da congregação.
Arão devia entrar no Tabernáculo, remover suas vestes de linho, lavar-se, e vestir outra roupa.
As vestes usadas a esta altura não são descritas, embora pareça que eram as vestes formais do sumo sacerdote (cons. Êx. 28). Depois devia sacrificar sobre o altar um carneiro como oferta queimada pelo povo, depois do que a gordura da oferta pelo pecado. (cons. Lv. 16:11, 19) devia ser queimada.
Aquele que tiver levado o bode.
O homem que se tornara imundo ao levar o bode para o deserto porque representava o diábo,(v. 21) tinha de lavar suas roupas e banhar-se antes de retomar à comunidade. O novilho e o bode . . . serão levados. As partes restantes do novilho e do bode usados nas ofertas pelos pecados deviam ser levadas para fora do acampamento e destruídas pelo fogo. Aqueles que tomassem esta providência deviam lavar suas vestes e corpos antes de retornar.
Afligireis as vossas almas.
O estabelecimento perpétuo do Dia da Expiação, yom hakkippurim (cons. 23 : 27), e sua comemoração pelo sumo sacerdote e o povo é o que se segue nos demais versículos do capítulo. O dia décimo do sétimo mês foi indicado para a comemoração, e nesse dia o povo devia se humilhar (te'annu) e abster-se de todo trabalho. Este humilhar-se ou afligir-se costumava ser feito através do jejum (cons. Sl. 35:13 ; Ez. 8:21; Is. 58:3, 5 ), subjugando os apetites terrenos a fim de manifestar-se penitente pelos erros cometidos.
Sábado de descanso.
As palavras shabbat shabbaton significam "um sábado de solene descanso" (RSV), isto é, um sábado importante, um sábado especial .
Quem.. . fará a expiação. Devia-se seguir o ritual prescrito uma vez por ano (v. 34) pelo indivíduo que ocupava o posto de sumo sacerdote. Todo o ritual, imperfeito e sujeito à repetição como era, tinha apenas o objetivo de tornar o devoto ansioso pela vinda do Sumo
Levítico Sacerdote e do Mediador Perfeito que cumpriria, de uma só vez para todo o sempre, todas as exigências necessárias para efetuar a perfeita reconciliação com o Pai.(Comentário Bíblico Moody)
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