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DANIEL NA CORTE DE NABUCODENOSOR.

Daniel em Babilônia

Daniel na Corte de Nabucodonosor
1.1: “No ano terceiro do remado de Joaquim, rei deJu- dá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a sitiou”.
Necessariamente, três pontos focais devem ser aqui analisados:
a) A definição do livro;
b) A pessoa de Daniel;
 em dois aspectos e;
 c) O cativeiro babilônico.
A definição do livro.
O livro de Daniel é considerado por todos como O APOCALIPSE do Antigo Testamento, em razão de suas predições futurísticas,e tem muito a ver,e  serem enriquecidas e aprofundadas no livro de Apocalipse, no Novo Testamento.
Assim, alguns pontos importantes devem ser aqui focalizados, a saber:
“A Bíblia divide a raça humana em três partes:
 os judeus, os gentios e a Igreja (Cf. 1 Co 10.32) e contém uma mensagem para cada uma das três.
O A.T. trata das duas primeiras divisões.
Por exemplo, o livro de Daniel trata dos judeus e dos domínios gentílicos, sem mencionar a Igreja. (Talvez mencione em alguma parte, por inferência).
 O N.T. dá a mensagem para a Igreja, e Paulo especialmente, em todas as suas epístolas trata delas, enquanto que temos a palavra final de Deus para judeus, gentios e a Igreja no livro de Apocalipse. Nele, encontramos a Igreja no princípio do livro;
Israel no meio, e as nações gentílicas no fim”.
 O Apocalipse, um livro maior, contém “22 capítulos, 404 versículos, 12 mil palavras (?) e nove perguntas”.
Enquanto Daniel, contém “12 capítulos, 357 versículos e 11.706 palavras (?).
E bem provável que Daniel foi o seu autor. (Cf. 7.2, 4; 8.1, 15; 9.2).
Visto que esse livro forma uma unidade, segue-se que o autor da primeira parte (histórica):
Capítulos 1 a 6 foi também quem compôs a segunda (profética):
Capítulos 7 a 12.
Pode-se observar que Daniel fala na primeira pessoa do singular e assevera que as revelações contidas no livro foram feitas a Ele. (Cf. 7.2, 4; 8.1; 9.2, etc.).
A autenticidade de seu livro, foi comprovada pelo próprio Cristo (Mt 24.15; Mc 13.14).
O escritor da epístola aos Hebreus elucida a mesma coisa. (Cf. Hb 11.33 a 34).
 João, o Apóstolo, faz cerca de vinte e sete (27) referências ao livro de Daniel (Comp. DANIEL 2.44; 5.4, 23; 7.7, 8,10,13,22, 25; 8.10; 10.5, 6,13; 12.1, 4, 7 com APOCALIPSE 1.7, 8; 2.18; 5.11; 7.14; 9.20; 10.4, 5, 6; 11.15; 12.7,10,14; 13.1,2,5,7; 14.14; 17.8; 19.12; 20.15; 21.27; 22.10, etc.).
Daniel foi um jovem hebreu da classe nobre, levado cativo a Babilônia por Nabucodonosor, rei do império.
Acerca de sua genealogia não sabemos muita coisa, apenas aquilo que é depreendido do livro que traz o seu nome.
Não era sacerdote, como Jeremias e Ezequiel, mas era, como Isaías, da tribo de Judá e provavelmente da Casa Real (Cf 1.3-6), isto é, da descendência de Davi.
Daniel foi um profeta de Deus cujos temas são de alcance muito vasto.
Vaticinou acontecimentos que ainda vão surgir na história do Planeta, os quais estamos estudando à luz do contexto do seu próprio livro.
Ele, naquela corte, ganhou muita celebridade.
O primeiro acontecimento pelo qual obteve influência na corte babilônica foi a interpretação que deu do sonho do rei.
Ele foi, realmente um homem escolhido por Deus para tão grande tarefa espiritual.
O Cativeiro Babilónico. E evidente que a grande batalha de Carquemis (605-604 a.C.), entre as forças de Nabucodonosor e as do Egito, marca o final do Reino de Judá e o início do grande império babilônico, que é o centro onde vão desenrolar-se os primeiros atos de Daniel.
Ele foi para Babilônia ainda jovem (1.4), talvez com a idade de 14 a 16 anos, no terceiro ano de Joaquim, ou seja, 605 a.C., e oito anos antes de Ezequiel.
Certamente ele foi um dos 10 mil cativos que Nabucodonosor levou para a corte real na capital do mundo de então. (Cf. 1 Rs 2.14).
Foi colocado na corte de Nabucodonosor, e tornou-se para ele familiar a ciência dos caldeus, alcançando uma instrução superior à deles. Foi exaltado por Deus ali, e elevado pelo rei babilônico a uma alta posição, que conservou e só foi interrompida por sua morte.
As suas profecias abrangem todo o período do cativeiro (1.21), tendo profetizado pela última vez, dois anos mais tarde, no terceiro ano do reinado de Ciro (10.1).
O profeta Ezequiel, outro do cativeiro, refere-se a Daniel, citando-o ao lado de Noé e Jó, e diz que ele era um homem justo e dotado de especial sabedoria (Ez 14.14; 20.28).
1.2: “E o Senhor entregou nas suas mãos a Joaquim, rei de Judá, e uma parte dos vasos da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os vasos na casa do tesouro do seu deus”.
“E o Senhor entregou nas suas mãos a Joaquim”.
O presente texto, e outros do mesmo gênero, mostra como Deus tem o domínio em suas mãos e como também controla todas as coisas. O próprio Daniel observa isso, com muita intensidade.
No seu livro isto é retratado com muita clareza:
“O Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer”. Há exemplos na história de reis e presidentes que reconheceram isso e foram abençoados. Já outros não o reconheceram e foram castigados, como Napo- leão Bonaparte, Imperador Francês. Quando foi prevenido: “O homem propõe, mas Deus depõe”, ele respondeu: “Eu proponho e eu deponho, também”. A resposta de Deus a Napoleão foi sua derrota fragorosa na batalha de Waterloo e o exílio solitário na ilha de Santa Helena, até a morte. Enquanto a pequena nação de Israel respeitava a lei do Senhor, não havia quem profanasse o Templo em Jerusalém e escapasse de morrer. Exemplificando, temos Nadabe e Abiú que morreram perante o Senhor (Lv 10.1- 11). Porém, quando a iniqüidade de Israel transbordou, foi o próprio Deus quem os entregou nas mãos de Nabucodo. Este monarca foi “O martelo de toda a terra” usado por Deus para executar juízos sobre nações e povos rebeldes. (Jr 27.6; 50.23). “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).
1.3: “E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos nobres”.
O texto em foco descreve como se processou a escolha de Daniel e seus três companheiros para servirem naquela corte. Primeiro: tinha de ser da linhagem real; segundo: tinha de ser uma pessoa nobre. Daniel e seus companheiros preencheram todos estes requisitos exigidos pelo rei. Daniel possuía os verdadeiros requisitos do homem cristão, que é perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. (Ver 2 Tm 3.17).
“... Aspenaz...” Não se sabe com certeza a etimologia da palavra “aspenaz”.
Alguns lingüistas acham que “aspenaz” quer dizer “focinho de cavalo”, mas isso não pode degradar a personalidade da pessoa a que ela se aplica. Em virtude de ser Aspenaz o chefe dos “eunucos” na corte babilónica, tem se pensado que Daniel também fosse um deles. (Ver Dt 23.1; Is 56.3-5 e o texto em foco.) É evidente que, se Daniel não era eunuco de outra forma, pelo menos o era pelo reino de Deus (Mt 19.12). Entre aqueles que a si mesmos se fizeram eunucos “por causa do reino dos céus”, temos João Batista e Paulo (1 Co 7.6, 26), Barnabé (1 Co
9.5, 6) e, provavelmente, de acordo com a tradição, o apóstolo João. O propósito do eunuquismo seria o de permitir ao indivíduo crente servir e adorar sem o tropeço dos obstáculos que muitas vezes são impostos por um casamento desastroso. Paulo disse aos coríntios: “O solteiro cuida nas coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; mas o que é casado cuida nas coisas do mundo, em como há de agradar à mulher” (1 Co 7.32, 33).
1.4: “Mancebos em quem não houvesse defeito algum, formosos de parecer, e instruídos em toda a sabedoria, sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viverem no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”.
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O presente versículo, e outros correlatos, apresenta Daniel com seus amigos: Hananias, Misael e Azarias, numa fase de preparação para uma grande tarefa na corte babilónica. Daniel, porém, se distinguiu entre os demais, e foi um profeta cujos temas são de alcance muito vasto. Ele era um hebreu da classe nobre, levado cativo a Babilônia por Nabucodonosor, o rei daquele Império. Este fez que Daniel e vários outros judeus nobres, que davam mostra de inteligência fora do comum, entrassem numa escola especial de homens sábios. Geralmente se denominavam “sábios” aos astrólogos e mágicos do Império babilónico; e Daniel foi exercitado em toda a sabedoria daquela gente, como foi Moisés no Egito (At 7.22). Tornou-se perito naquele campo de ciência, mas não se deixava levar por nada daquilo. Daniel, mesmo vivendo na época da Antiga Aliança, era possuidor dos dons da sabedoria e da ciência, pois o “Espírito é o mesmo” em qualquer tempo ou lugar (1 Co 12.4, 8).
1.5: “E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos para que no fim deles pudessem estar diante do ref.
O presente versículo mostra a ardente prova por que tiveram de passar estes servos de Deus. Eles tinham de participar “da porção do manjar do rei, e do vinho que ele bebia...” Mas Daniel e seus companheiros, cheios do Espírito Santo, não “cobiçaram” o manjar daquele que tinha os olhos malignos (Pv 23.3, 6). Os filhos de Jonadabe, o reca- bita, foram louvados pelo próprio Deus de Israel porque não se contaminaram com o “vinho” nem com bebida forte (Jr 35.1-6). Daniel e seus companheiros foram contemporâneos destes filhos fiéis à tradição de seu pai e seguiram o mesmo exemplo de fidelidade. O texto em foco ainda nos fornece outro detalhe importante: “que assim fossem criados por três anos”, etc. O leitor deve observar bem a frase: “criados” e deduzir que os quatro jovens hebreus, selecionados por Aspenaz, eram realmente adolescentes (talvez 14 a 16 anos).
1.6: “E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias”.
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Entre os hebreus, o nome de uma criança era de muito significado profético; em alguns casos este nome não só distinguia esta pessoa, mas também, na maioria dos casos, tinha conotação profética. (Ver Gn 5.29; 30.1-26). Assim, Daniel e seus companheiros de exílio foram agraciados por seus pais com nomes proféticos. 1 - Daniel, em hebraico “dãni êl”, significa: “Deus é meu juiz”. 2 - Hananias, em hebraico “Yahweh”, significa: “Tem sido gracioso”. Esse nome hebraico ocorre com freqüência no Antigo Testamento, bem como sua forma grega, “Hananiah”, no Novo Testamento em várias conexões. 3 - Misael, em hebraico significa: “Quem é o que Deus é (?)”. 4 - Azarias, em hebraico “zaryãhu”, significa: “ajudado do Senhor”. Todos esses nomes e outros encontrados nas Escrituras são confirmados pelo testemunho divino, que diz: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas” (Pv 22.1).
1.7: “E o chefe dos eunucos lhes pós outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sa- dra que, e a Misael o de Mesa que, e a Azarias o de Abedne- go”.
Vemos no presente texto, como o inimigo das nossas almas ataca. Os próprios nomes desses quatro jovens eram testemunhas, tanto da sua religião, como da sua nacionalidade. “Essa mudança drástica nos nomes destes servos de Deus, foi um plano diabólico. Pois o fato de mudarem os nomes com significados especiais foi feito na esperança de apagarem a memória de Jerusalém, extinguir-lhes toda a idéia de religião e uni-los à política do mundo”. Observemos as tais mudanças: 1 - Beltessazar. Este nome foi dado a Daniel em alusão a “Bei”, o ídolo principal da corte babilónica, cujo significado é: “Guia do Rei”. É também a transliteração da palavra “bei” como está declarada em Isaías 46.1, com o sentido de “senhor vaidoso”. 2 - Sadra- que. Este significa: “Regozijando-se pelo caminho”. 3 - Mesaque. “Pronto, ativo”, ou, segundo um professor de língua semítica, “Tenho pouca importância”. 4 - Abedne- go. Significa: “Ser da luz”. Este nome foi colocado em alusão de um deus chamado pelo profeta Isaías de “Nebo” (Is 46.1). Lendo o capítulo 4.8 do livro de Daniel, podemos deuzir que os nomes dos jovens foram, em verdade mudados, com o objetivo de divulgar a falsa religião do monarca babilónico.
1.8: “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminai>’.
O versículo em foco nos faz lembrar o que está dito em Atos 15.29, que diz: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue e da carne sufocada...” A razão desta decisão do jovem profeta e seus companheiros é que geralmente a comida e bebida daqueles monarcas babilónicos era, antes de tudo, oferecida aos ídolos pagãos e, portanto, Daniel, como fiel judeu, não podia participar de comidas consagradas ou dedicadas a deuses pagãos. Daniel decidiu-se a servir a Deus, mesmo num país distante de sua terra natal, “com propósito do coração”, como o serviram os primitivos cristãos de Antioquia (At 11.23). Um grupo de escravos, que tomaram tal decisão, serve de exemplo para os jovens cristãos da época atual. Eles foram considerados por Deus, como primícias naquela corte pagã, pois não se contaminaram e nem se corromperam com a idolatria e corrupção ali existente. (Comp. c/ Ap 14.4). O verdadeiro cristão segue à risca o conselho divino que diz “Em todo o tempo sejam alvos os teus vestidos, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8).
1.9: “Ora deu Deus a Daniel graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos”.
As Escrituras, abundantemente, dão testemunho de pessoas que “acharam graça” diante dos olhos de poderosos monarcas. Neemias, o governador dos tempos da restauração dos muros da cidade de Jerusalém, achou graça diante dos olhos do rei Artaxerxes (Ne caps. 1 e 2). Ester, a jovem judia, achou graça diante dos olhos do rei Assuero, na corte de Susã, a fortaleza (Et caps. 1 e 2). Maria, a jovem belemita, achou graça diante dos olhos de Deus, tor- nando-se, assim, a mãe de Jesus Cristo, nosso Senhor (Lc 1.30). No presente texto, temos Daniel, o profeta de Deus, recebendo de Deus o favor de achar graça diante dos olhos do chefe dos eunucos daquela corte. Só Deus (e mais nin-
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guém) podia tornar possível tão grande favor de um oficial de alta patente como o que está em foco. Os fiéis são sempre “ajudados em tempo oportuno” (Hb 14.16).
1.10: “E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu Senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida: porque veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos mancebos que são vossos iguais? Assim arriscareis a minha cabeça para com o rei”.
A proposta de Daniel, ainda que sábia, poria em risco a vida daquele eunuco-chefe; ele mesmo percebeu todo o risco possível de sua morte ao desobedecer ao rei, quando disse: “Tenho medo de meu Senhor, o rei...” O caso era que, se os moços se alimentassem de modo diferente, poderiam aparecer perante o rei, no tempo determinado, mais magros e feios. Porém, o grande segredo neste transe é que a mão divina estava por trás, agindo na sombra de tudo aquilo, como bem pode ser observado na frase: “deu Deus a Daniel graça... diante do chefe dos eunucos”. E assim, a proposta de Daniel para ser feita uma prova experimental durante “dez dias” foi aceita. Ela se baseava em dois pontos principais: 1. Em lugar de comerem das iguanas reais, comeriam legumes e frutas. 2. Em lugar de beberem do vinho do rei, beberiam água.
1.11: “Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias”.
"... ao despenseiro”. O diálogo do jovem profeta continua, mas não segue mais com o eunuco, mas sim, com o “despenseiro-chefe”. Evidentemente, esse “despenseiro” era um oficial debaixo das ordens do eunuco Aspenaz. Este por sua vez concedeu a Daniel o que ele solicitara. Deus estava agindo ali em tudo, pois seu é tanto o querer como o efetuar; um pedido desta maneira, feito por um escravo, numa corte daquela, humanamente falando, era difícil de ser atendido, mas o Deus Eterno, que é “o possível da impossibilidade”, tornou ali tudo possível; assim foi concedido a Daniel o que desejava seu coração. (Ver SI 37.4). Deus pode e quer fazer o mesmo com o seu povo na época atual, é somente crer, a começar de hoje, pois aquele que “todas 18
quantas promessas há de Deus, são nele SIM”, é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Ver 2 Co 1.20; Hb 13.8).
1.12: “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos dêem legumes a comer, e água a beber”.
A solicitação do grande homem de Deus continua, ele pede ao despenseiro que faça apenas uma breve experiência, e que, ao fim de “dez dias”, teria a certeza se ela daria certo ou não. Daniel sabia que, diante da determinação divina, tudo ia dar certo. Paulo, cria e aceitava as promessas de Deus da mesma maneira, quando exclamou diante da tripulação do navio que o conduzia: “... creio em Deus, que há de acontecer assim como me foi dito” (At 27.27).
 O exemplo de Daniel é notável. Ele insistiu veemente com aquele oficial, e confiou, e deu certo. Daniel era muito jovem nesse tempo (14 a 16 anos), e como tal, tinha um bom apetite, mas a tentação de comer dos pratos da mesa do rei foi suprimida por este jovem fiel. Ele tinha na alma a firmeza que muitos anos depois nos deixaria o divino Mestre, Jesus, nosso Senhor.
 O Diabo lhe ofereceu um “reino” e um “trono”, mas Ele recusou a ambos, e aceitou a cruz no monte Calvário, pois tinha em vista a grande recompensa, no presente e na eternidade (Hb 11.24-27 e 12.1-2).
1.13:
“Então se veja diante de tio nosso parecer, e o parecer dos mancebos que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos”.
De acordo com alguns historiadores renomados, era co- mumente observada a “face dos vassalos” quando estes se punham de pé diante do rei. (Ver Ne 2.1-2).
 Se o parecer de algum servo se apresentasse formoso, então ele estava apto para servir ao monarca no que houvesse de mister, se não, seria morto sem misericórdia. (Comp. com Et 5.1-3). Os filhos dos reis também eram observados cada dia, se estavam magros ou gordos. (Ver 2 Sm 13.3-4). Daniel e seus companheiros estavam sujeitos a estas e outras penalidades impostas por aquela corte, mas a graça de Deus os salvou de toda aquela burocracia ali existente. A Bíblia afirma categoricamente: “Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a JUSTIÇA livra da MORTE” (Pv 10.2).
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O servo fiel, que anda em sinceridade de coração, só morrerá no dia em que Deus quiser.
1.14: “E ele conveio nisto, e os experimentou dez dias”.
"... dez dias”. O número “dez” nas Escrituras aparece tanto em sentido literal como em cifra redonda (Cf Lc 15.8; 19.13; Ap 2.10, etc.). Há 10 patriarcas, antes do Dilúvio (Gn cap. 5), 10 pragas antes que o Faraó desse liberdade a Israel no Egito (Ex caps. 7 a 12), 10 mandamentos na vontade de Deus (Ex cap. 20), 10 poderes impotentes contra o amor de Deus (Rm 8.38 e ss), 10 vícios que excluem o homem do reino de Deus (1 Co 6.10). No presente texto e no seguinte, a experiência de dez dias trouxe um resultado satisfatório. Os discípulos de Cristo, após dez dias de oração no Cenáculo, foram revestidos de poder (At caps. 1 e 2). O chefe dos eunucos, em comum acordo com o despenseiro, creu na operação divina mediante aquela alimentação; o resultado foi: dez vezes mais formosos, conforme o original, e diante do rei, três anos mais tarde: dez vezes mais sábios. Isso é um grande exemplo para todos nós. O nosso trabalho é sempre do mesmo tamanho que nossa visão!
1.15: “E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os mancebos que comiam porção do manjar do rei”.
Tem sido comprovado pela própria ciência que um crente “cheio do Espírito Santo” tem mais condições de viver do que uma criatura entregue ao pecado. Recentemente, nos Estados Unidos da América do Norte, cientistas re- nomados examinaram 100 pessoas não-crentes, tomando como base uma certa faixa etária. Semelhantemente, depois, examinaram 100 pessoas crentes cheias do Espírito Santo. Eles ficaram surpresos! Aquelas 100 primeiras pessoas se encontravam envelhecidas prematuramente, ao passo que aqueles crentes cheios do Espírito Santo tinham condições de viver 10 anos além daqueles descrentes. Isso Paulo confirmou há 2.000 anos, quando disse: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). O leitor deve observar bem a frase: “tudo se fez novo” e verá que isso não se prende exclusivamente à alma e ao espírito, mas também ao corpo. (Cf 1 Ts 5.23) E com muita propriedade que
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diz a Bíblia: “0 coração alegre aformoseia o rosto” (Pv 15. 13). E firmado por psicólogos que, quando uma pessoa está irada, funcionam cerca de 600 músculos faciais, ao passo que, quando está alegre, apenas 8. O crente fiel sempre vive alegre, economizando saúde e anos de vida (SI 128).
1.16: “Desta sorte, o despenseiro tirou a porção do manjar deles, e o vinho que deviam beber, e lhes dava le- gumeá’.
O texto em foco, e outros correlatos neste capítulo, já foi considerado por alguém como sendo “o reduto da prova de Deus”. Com ela, o cozinheiro-chefe tirou deles a ração oficial e deu-lhes a comer verduras e, em vez do afermenta- do vinho do rei, água. Estes quatro jovens estavam destinados a uma grande obra missionária naquele país distante, e o triunfo de tudo estava nas mãos de Deus. Possivelmente eles ignoravam o que os aguardava no futuro, mas uma coisa fizeram: confiaram em Deus. Os versículos depreendidos neste capítulo não fazem referência especificada se Deus recompensou o eunuco Aspenaz e o cozinheiro mas uma coisa podemos deduzir: se Deus fez bem às parteiras egípcias na terra faraônica por causa dos filhos dos israelitas, evidentemente fez bem também a estes dois oficiais, por amor dos seus servos (Cf. Gn 39.5; Ex cap. 1).
1.17: “Ora, a estes quatro mancebos Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria, mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos”.
O presente texto apresenta a pessoa de Deus como sendo a “fonte” de toda a sabedoria e conhecimento. Ele capacitou estes três jovens em toda a ciência daquela corte e daquela gente. Eles podiam discernir entre o que era verídico na instrução que recebiam, que dizia respeito aos campos das letras (literatura e sabedoria). Daniel também obteve entendimento ou facilidade na interpretação de sonhos e visões. Deus o usou na interpretação de dois sonhos do rei; com igual facilidade, ele também decifrou a misteriosa escritura da estucada parede do palácio real (caps. 2, 4, 5). O jovem José, na corte de Faraó, discerniu tanto os sonhos de seus ministros como os do próprio rei. Daniel, mesmo distante da sua pátria e numa terra de cativeiro,
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tornou-se um instrumento nas mãos de Deus que sempre o usava na grande capital do imponente império.
1.18: “E ao fim dos dias, em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabu- codonosoi*’.
O presente versículo encerra a fase de preparação dos jovens hebreus, isso demonstra que, os versículos 15 a 18 cobrem um período de tempo de três anos completos (v. 5).
Em uma figura de retórica, podemos ver nestes três anos de preparação dos quatro jovens cativos, para servirem naquela corte, os três anos de ministério terreno do Filho de Deus e que, tendo-os terminado, passou a servir na corte celeste (Hb 1.3).
Paulo, após sua conversão, passou também por uma fase de preparação “no deserto da Arábia” (G1 1.17,18).
A Lei determinava que os animais sacrificados ao Senhor tivessem pelo menos três anos para que fossem oferecidos como sacrifício perfeito.
 Os próprios discípulos de Cristo tiveram a mesma experiência, e depois serviram na grande obra do Mestre amado. Paulo diz que os obreiros devem ser “primeiro provados, depois sirvam”.
1.19: “E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso permaneceram diante do rei”.
O presente versículo nos faz lembrar do monarca Faraó, rei do Egito.
Ele fez conhecida publicamente em seu País a sabedoria de José (Gn 41.38, 39); o rei Nabucodono- sor segue também o mesmo exemplo daquilo que é precioso: reconhecer o valor da pessoa humana, não só por aquilo que ela representa, mas sobretudo, por aquilo que ela é. (Cf 1 Ts 5.12). Um sábio já frisou certa feita: “O homem não é grande pelo nome que tem, mas pelo trabalho que empreende na religião ou na sociedade a que pertence”. Daniel se destaca entre os demais sábios ali, não somente por sua habilidade e capacidade humana, mas sobretudo, por sua fidelidade a Deus. Em Ezequiel 14.14, 20, ele recebe testemunho do próprio Deus, como sendo um homem espiritual: “... Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça... etc”. No capítulo 28.3 do mesmo profeta, ele é citado novamente por Deus, como sendo um vulto de elevado saber.
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Isso mostra, realmente, que Daniel era dotado de inteligência intelectual e espiritualmente.
1.20: “E em toda a matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino”.
De acordo com o que fala Paulo em 1 Coríntios 2.14 e 15, Daniel era de fato um homem espiritual. O rei Nabuco- donosor lhe fez perguntas das mais variadas, mas ele discerniu “bem tudo”. Há muitas fontes que podem dar ao homem a verdadeira sabedoria, uma delas, sem dúvida, são os mandamentos de Deus, como declara o salmista, no Salmo 119.98: “Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos; pois estão sempre comigo”.
Note-se como Daniel é um exemplo destacado de quem deseja ardentemente os maiores dons espirituais (1 Co caps.
12 a 14). Tornou-se na corte do seu exílio um intérprete dos caminhos do verdadeiro Deus, uma testemunha perante reis e um dos maiores profetas não somente para aqueles dias, mas para todos os tempos, alcançando até as fronteiras da eternidade.
Daniel tornou-se ali um profeta de elevado respeito, cujos temas são de alcance muito vasto.
1.21: “E Daniel esteve até o primeiro ano do rei Ciro”.
A obediência de Daniel fez com que Deus se agradasse dele, e, como resultado, o Senhor prolongou os seus dias. Jó foi também um maravilhoso exemplo. Deus prolongou a sua vida por causa da sua fidelidade (Jó 42.16,17).
Daniel atravessou dias difíceis durante o reinado de quatro poderosos reis e conquistadores, de três nacionalidades e dinastias. Mas a sua vereda foi “como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
Ele, ainda jovem, não somente foi honrado com o cargo de sátrapa, mas com o de “príncipe dos magos” e primeiro ministro, exercendo autoridade nas cortes babilônica e persa. Diante da corte celestial, porém, foi também elogiado e elevado à sua posição de grande autoridade; ele foi declarado por um elevado poder, como sendo um “homem mui desejado”. (Ver cap. 9.11, 19).
Meu querido internauta, seja um Daniel!

PRIMEIRA CARTA: À IGREJA DE ÉFESIO.

A ígreja de Éfesio

1. “ESCREVE ao anjo da igreja que está em Éfeso:
Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro”.
I. “...Ao anjo da igreja”.
Nada se sabe de certo quem era esse “anjo” nos dias em que esta carta estava sendo enviada, a não ser aquilo que depreende do texto em foco. Segundo o relato de Lucas em Atos 20, quando Paulo visitou a Ásia Menor, “...de Mileto mandou a Éfeso, chamar os anciãos da igreja.
 E, logo que chegaram juntos dele, disse-lhes...Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.17, 18, 28).
 Quando Paulo falou essas palavras, Timóteo era o pastor (anjo) da igreja de Éfeso (1Tm 1.3) e provavelmente Tíquico tenha sido seu substituto (At 20.4; Ef 6.21; 2Tm 4.12).
 O “anjo” a que Jesus se refere bem pode ser este último.
1. ÉFESO.
O nome significa “desejado”.
Situação Geográfica: a cidade de Éfeso se encravava no pequeno Continente da Ásia Menor.
“Esta era a capital da província romana da Ásia.
Com Antioquia da Síria e Alexandria no Egito, formavam o grupo das três maiores cidades do litoral leste do Mar Mediterrâneo.
O seu templo da “Diana dos efésios” (At 19.28) foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo”.
Pelo menos duas vezes, Paulo esteve nessa cidade (At 18.19 e 19.1).
Em sua terceira viagem por aquela região, ele não chegou até lá, mas estando em Mileto “mandou
a Éfeso, a chamar os anciãos da Igreja”.
 Essa igreja recebeu duas cartas: uma de Paulo (epístola aos
efésios), e outra de Cristo (à que está em foco). A primeira em 64 d. C., a segunda em 96 d. C.
2. Notem-se as sete coisas comuns a todas as sete mensagens: (a) Todas são dirigidas “ao anjo
da igreja”. 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14. (b) Cada mensagem tem uma descrição abreviada daquele
que a envia, tirada da visão de Cristo glorificado, no primeiro capítulo. (c) Cristo afirma a cada
igreja: “Sei”. 2.2, 9, 13, 19; 3.1, 8, 15. (d) Todas as mensagens têm ou uma palavra de louvor ou
censura. 2.4, 9, 14, 20; 3.2, 8-10, 16. (e) Cristo lembra Sua Vinda e o que há de acontecer
conforme a conduta da própria pessoa, a todas as sete igrejas. (f) A cada igreja é repetido a frase:
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22. (g) Cada vez,
há promessa explícita, para os vencedores do bom combate da fé: “Jesus diz: O que vencer!”. (Cf.
2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21).
2. “Eu sei as tuas obra, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer
os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste
mentirosos”.
I. “...os que dizem ser apóstolos”. Está em foco neste versículo, os chefes Gnósticos, que
tinham arrogado para si o título de apóstolos de Cristo. Paulo diz que tais “...falsos apóstolos são
obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo” (2Co 11.13b). Diante dos “anciãos
de Éfeso”, Paulo os chamou de “...lobos cruéis, que não perdoarão ao rebanho” (Al 20.29a). Oito
livros do Novo Testamento foram escritos contra formas diversas dessa heresia, a saber:
(Colossenses, as três epístolas pastorais, as três epístolas joaninas e Judas). A Epístolas aos Efésios,
o evangelho de João e o livro do Apocalipse, em alguns trechos esparsos, também refletem
oposição a essa heresia. A igreja de Éfeso não suportava os tais gnósticos e por isso foi louvada pelo
Senhor: “puseste à prova”. Esta expressão é o equivale dizer no grego: “Reprovaste-Os”.
1. A igreja de Éfeso, talvez tenha sido a de maior cuidado do ministério de Paulo; O Novo
Testamento diz que, Paulo esteve em Éfeso, levando consigo Priscila e Áquila; e deixou-os ali (At
18.19); retornou mais tarde (19.1) e desta vez permaneceu dois anos, dedicado à pregação do
Evangelho. Dessa maneira, todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra sobre o Senhor
Jesus, assim judeus como gregos (At 19.10). Éfeso chegou mesmo a tornar-se o centro do mundo
cristão. “As profecias de Paulo realizaram-se: poderá hoje, quem visita Éfeso saber onde era o lugar
da casa ou templo em que a igreja se reunia? Tudo ruína! “Como homem, combati em Éfeso contra
as bestas” disse Paulo: Feras humanas! (cf. 1Co 15.32)”.
3. “E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste”.
I. “...tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome”. É evidente que os que tem
esperança, esperam. E, “os que esperam no Senhor renovarão as suas forças...” (Is 40.29, 31). No
Salmo 89.19, há uma promessa de Deus para aquele que trabalha: “Socorri um que é esforçado:
exaltei a um eleito do povo”. A inatividade na vida espiritual é condenada por Deus. No livro de
Provérbios fala-se do “preguiçoso” cerca de 17 vezes, por isso é evidente que o Espírito Santo
considera muito este perigo da mocidade, e de pessoas mais idosas. O preguiçoso é reprovado por
covardia (Pv 21.25; 26.13), por negligenciar as oportunidade (Pv 12.27), os deveres (Pv 20.4), por
desperdiçamento (Pv 18.9), por indolência (Pv 6.6, 9), por imaginar-se sábio (Pv 26.16). Ele é
ainda comparado ao caçador que não assa sua caça, e portanto a come crua (Pv 12.27);
concomitantemente, ele não leva sua mão à boca para não cansar o braço (Pv 26.15). A igreja de
Éfeso era conhecida pelas obras: perseverava no trabalho; não cansava no serviço de Cristo. Note
como se repete a palavra “paciência”; eram perseverantes no lidar (v. 2 ), e perseverantes no sofrer
(v. 3).
4. “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade”.
I. “...A primeira caridade”. (O primeiro amor). A presente expressão, não significa “declínio
da fé” como alguns, mas, antes, sugere um esfriamento no amor (Mt 24.12). Cerca de 30 anos
antes desta carta, a igreja de Éfeso, tinha ardente caridade para com “todos os santos” (cf. Ef 3.18).
Paulo chegou até a convidá-los a participarem da “...largura, e a altura e a profundidade” do amor
de Deus, “...que excede todo o entendimento” (Ef 3.18-19). O desaparecimento gradual do amor
fraternal no coração do salvo (Mt 24.12). Tem como resultado, o abandono da “primeira caridade”.
Pedro disse aos seus leitores: “...sobretudo, tende ardente caridade...” (1Pd 4.8).
1. Cristo mencionou não menos que 9 características destacadas e louváveis que achou na
igreja do Éfeso. Mas por isso podia desculpá-la da falta de amor. Apesar de qualquer esforço, ou de
qualquer grau de sinceridade, gravíssimo é o nosso estado espiritual se nos faltar o amor: “...ainda
que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria”. “...ainda
que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu
corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria”. Esta é a grande
declaração do Apóstolo Paulo, em 1Co 13.3-4. Se o cristão não tem amor, a vida espiritual também
não tem sentido. “Nada Seria!”. Disse ele!.
5. “Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras;
quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te
arrependeres”.
I. “...Tirarei do seu lugar o teu castiçal”. Esta profecia do Senhor Jesus sobre a
“remoção” do castiçal de Éfeso, não se cumpriu na igreja mas também na cidade. Alguém já disse
com sabedoria: “Há tempo para perdão e tempo para juízo”. Cf. Ec 3.1. Por muito tempo o
“castiçal” de Éfeso se manteve em pé; Deus estava-lhe dando uma oportunidade para
arrependimento. Segundo o testemunho da História, ela isso não fez, e o juízo de Deus atingiu não
somente o “castiçal” (igreja, mas também a cidade, e no quinto século sua glória declinou. “Hoje
não resta nem opulência, nem mesmo templos pagãos suntuosos, nem o porto, que o próprio Mar
destruiu e aterrou”. Éfeso era a igreja autêntica; ensinava a verdadeira doutrina de Cristo, e punha
a prova os homens que se desviaram da fé uma vez para sempre entregue aos santos. Mas devia
arrepender-se de uma falta grave: “Deixou 0 primeiro amor”. No contexto vivido; a melhor maneira
de o cristão restaura a “primeira caridade”, é sem dúvida alguma: praticar “as primeiras obras”.
Ambos exigências, foram exigidas na igreja de Éfeso.
6. “Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também
aborreço”.
I. “...os nicolaítas”. Não podemos determinar com certeza serem estes “nicolaítas”
discípulos de “Nicolau”, o sétimo diácono (At 6.5). O texto divino escrito por São Lucas, afirma ser
Nicolau, um homem de “boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria” (At 6.3). O
Apóstolo João, conhecia bem pessoalmente a Nicolau, e sem dúvida, no dia de sua separação para
o diaconato (o texto em si não diz que aqueles sete foram separados para diáconos; mas o grego ali
existente favorece o significado do pensamento: diáconos, três vezes, ministros, sete vezes e servos,
vinte vezes), pôs suas mãos sobre ele (At 6.2, 6), é esta razão, além de muitas outras, motivo para
não infligirmos na conduta deste servo de Deus, aquilo que ele não foi. Se assim o tivesse sido,
João teria citado seu nome como fez com os outros inimigos da igreja. De acordo com C. I.
Scofield, a palavra “Nicolau” quer dizer “Vencedor do Povo”, e o termo “nicolaítas” que vem no
superlativo tem quase o mesmo sentido: Nico é um termo grego que significa conquistar ou
subjulgar. Laitanes é a palavra grega de onde se deriva nosso vocábulo “leigo”. Nas cartas do
Apocalipse, quando é mencionada uma doutrina ou ato de uma pessoa, comumente se usa
mencionar seu nome, por exemplo: “doutrina de Balaão” (2.14); “os trono de Satanás” (2.13);
“sinagoga de Satanás” (2.9 e 3.9); “as profundezas de Satanás” (2.24); “toleras Jezabel”, etc.
(2.20). Quanto aos nicolaítas”, o estilo muda completamente como pode muito bem ser observado:
a frase “as obras dos nicolaítas” (2.6), e “doutrina dos nicolaítas” (2.15). O presente texto, diz: “As
obras de Nicolau” (a pessoa); nem a “doutrina de Nicolau” (um dos sete). O leitor deve observar a
frase pluralizada: “As obras (dos) nicolaítas” e “doutrina (dos) nicolaítas”. Estas expressões referemse
a um grupo e não a uma pessoa.
1. Outro ponto de vista sobre o assunto que deve ser observado é que Nicolau “era prosélito
de Antioquia” (At 6.5); separado para o diaconato, servia na igreja de Jerusalém. O livro de Atos
XVIII
dos Apóstolos não fala de Nicolau como tendo-se destacado como missionário itinerante, a
exemplo de Estevão e Filipe (At 6.8 e 21.8). É evidente que sua esfera de trabalho foi local; ele não
alcançou lugares distantes como Éfeso e Pérgamo. Pelo que sabemos, não é mencionado mesmo
ante ou depois de Cristo, um homem chamado Nicolau que tenha fundado uma seita, a não ser
aquilo depreendido e focalizado do texto em foco. Se essa palavra é simbólica, vemos, neste
vocábulo, “nicolaítas”, o começo do controle sacerdotal ou eclesiástico sobre as congregações
(igrejas) cristãs individuais. O Sr. A. E. Bloomfield declara o que segue: “Os movimentos das igrejas,
visando poder político e prestígio social mediante uniões, federações e alianças mundanas, são
‘doutrinas e obras” dos nicolaítas. Trata-se do esforço de restaurar, por métodos humanos, aquilo
que se perdeu (o primeiro amor)”. Observemos dois pontos focais ainda sobre o presente assunto:
(a) Tudo indica que “nicolaítas”, refere-se ao começo da noção de uma ordem sacerdotal na
igreja: “clero” e “leigos”. Tudo nos faz crer, que esta seita denominada de “nicolaítas” faz parte de
um “sistema” gnóstico existente naqueles dias; pode ser isso o sentido real do que temos aqui.
(b) Como já ficou estabelecido acima: “...Em época posterior a Cristo, houve uma seita
gnóstica conhecida pro “os nicolaítas”, a qual é mencionada por Tertuliano de Cartago. Que
também era de índole gnóstica”.
7. “Quem tem ouvido ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei
a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”.
I. “...a comer da árvore da vida”. O vencedor recebe a promessa de que se alimentará da
árvore da vida. Este livro fecha com uma “bem-aventurança” sobre os que têm à árvore da vida”
(22.14). Em Apocalipse não aparece mais a “árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.17), mas
de um modo especial a “árvore da vida”. O comer da árvore da vida expressa a participação na
vida eterna.
1. O simbolismo da árvore da vida aparece em todas as mitologias, desde a Índia, até à
Escandinávia. Os rabinos judeus e ismaelitas chamavam de “árvore da provação”. O Zend Avesta
tem a sua própria árvore da vida, chamada de “Destruidora da Morte”. Para nós, porém, o comer
da árvore da vida, significa o direito de ser revestido da imortalidade (Ap 22.19). Algumas Bíblias
trazem: “comer”. Mas, sem outras, ‘se alimente” (Almeida, 1969 é mais expressiva). A sabedoria
divina divide os homens em duas classes: a dos vencedores e a dos vencidos (2Pd 2.20). Os
vencedores comerão: “da árvore da vida” no Paraíso de Deus. No Éden, aos vencidos foi vedado a
oportunidade de comer dessa árvore, para que não vivessem para sempre na miséria (Gn 3.22).
Mas aos vencedores, na maior felicidade, será concedido comer e viver eternamente.

ESTUDO COMPLETO DAS SETENTA SEMANAS PROFETICAS DE DANIEL

Profecias




Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e  selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo,Daniel 9:24
O assunto principal deste artigo é  que, em suma, encerra uma série de 27 versículos, com a oração do profeta Daniel, para que Deus desse início ao regresso de seu povo que estava cativo em Babilônia. (Ver Salmo 126).
Pode se dividir o presente texto da seguinte maneira:
1) A introdução (versículos 1 e 3).
2) A oração propriamente dita (versículos 4 a 19).
3) A resposta da oração:
 Deus enviando o anjo Gabriel (versículos 20 a 27).
 Então o capítulo é dividido em duas partes:
1) A introdução (versículos 20 a 23).
 2) A resposta propriamente dita (versículos 24 a 27).
Agora a consolidação:
 A grande profecia das “setenta semana”
Os versículos 1 e 2 do presente capítulo, apontam no tempo esta oração: foi no primeiro ano do governo de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos. Não sabemos determinar se o “Assuero” do texto em foco é o mesmo que vem citado no livro de Ester 1.1.
Alguns comentadores aceitam que o Assuero do texto é Xerxes, e o nome “Assuero” pode ser um “título real aque- mênida”.
Seja como for, nós aceitamos o que fica depreendido dos textos divinos, o mais são especulações humanas.9.2:
“No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as as assolações de Jerusalém, era de setenta anos”.
“Era de setenta anos”.
Daniel primeiro examina com cuidado as predições do profeta Jeremias sobre os “setenta anos de cativeiro” (Jr 25.11, 12).
Setenta anos de cativeiro sobre a nação foi para “que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21).
 Deus ordenou a Israel, no deserto, que trabalhasse seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em sete. (Ver Ex 20.9, 10; Lv 25.1-7).
A guarda do sábado à risca foi observada por Israel logo no deserto, e um homem foi morto porque apanhou lenha no sábado. (Ver Nm 15.32-36).
A segunda ordem de Deus para que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor com a entrada da nação na terra prometida.veja;(Ver Lv 25.2-4).
Isto significa que todo o “tempo pertence a Deus”.
Durante esse ano (de repouso), a terra não era lavrada, o fruto era livre, e a confiança do povo em Deus era provada.
Aprendemos de Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para dar instrução religiosa ao povo.
Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi observada, como devia ter sido por 70 vezes.
Por isso, foram dados ao povo 70 anos de cativeiro.
 Deus, apenas, como sempre, só exigiu o dízimo dos 490 anos veja;(Ver 2 Cr 36.21).
 Daniel sabia que Deus é o “Justo Juiz” e só cobraria o “dízimo” dos anos, e pôs-se a orar confiantemente por um repatriamento. (Comp. SI 126).
9.3: “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza”.
Daniel, como já ficou demonstrado, sabia que Deus só exigia o que é seu e, numa confiança inaudita na grande misericórdia dele, e numa inteireza de fé, pediu a Deus que virasse o cativeiro do seu povo "... como as correntes do sul”. (Ver SI 126.4).
O ardente desejo deste servo fiel era ver seu povo perdoado, e a cidade de Jerusalém, mormente o templo do Senhor, reedificados.
Ele permaneceu em oração “velando nela com ação de graças”. (Ver Cl 4.2). Até as três horas da tarde (a hora do sacrifício da tarde), Daniel permaneceu em oração, exemplificando o centurião Cornélio (At 10.30). Então chegou Gabriel, um embaixador da corte celestial.
A oração, na vida de Daniel, era um costume regular. No seu aposento de janelas abertas, na direção de Jerusalém, ele podia ser encontrado orando três vezes por dia. (Ver 6.10).
Há uma promessa para aqueles que, em tempo de angústia, buscam a Deus virados para o santo templo. (Ver 1 Rs 46-49).
Davi orava a Deus três vezes no dia e, por essa razão, era bem sucedido (SI 55.15). - Quantas vezes nós oramos por dia?
9.4: “E orei ao Senhor meu Deus e confessei, e disse: Ah! Senhor!
Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamento^’.
"... e confessei, e disse”. O texto em foco mostra Daniel assumindo a posição de sacerdote (ainda que não o fosse) e fazendo confissão.
 A confissão é a expressão pública da fé. Enquanto o testemunho se dirige aos homens, a confissão dirige-se a Deus, num movimento espontâneo de gratidão e louvor. No Novo Testamento, a “confissão” possui três significados especiais:
1) Louvar ou celebrar.
2) Proclamar
o Senhor e sua libertação.
3) Reconhecer as próprias culpas.
Nessa parte da Bíblia, a palavra traduzida por “confessar” significa, inicialmente, “entrar em conciliação, concordar sobre uma base comum”. Daniel, o grande servo de Deus, não se sentia culpado, mas, mesmo assim, não se dava por justificado. (Ver Rm 8.33).
Ainda no N.T., a confissão acompanha o ministério do Senhor Jesus Cristo (Lc 5.8; 19.8), e está em parábolas por Ele proferidas. (Veja Lucas 15).
 Acompanha também o ministério apostólico. (Ver Jo 20.23; At 19.18).
Faz também parte das recomendações apostólicas (1 Jo 1.9; Tg 5.16).
9.5: “Pecamos, e cometemos iniqüidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos”.
“Pecamos, e cometemos iniqüidade”. Daniel demonstra sua grande humildade diante de Deus, em confessar o pecado de seu povo, mas se coloca também numa posição de culpa, como se fosse um pecador: Ele se apresenta como se fosse um anátema diante da situação. Paulo desejou
também ser até separado de Cristo por amor a Israel. (Ver
1 Rm 9.3). Moisés desejava ser riscado do livro da vida se porventura Deus não perdoasse o seu povo (Ex 32.33). Daniel, como já ficou explícito em outras notas expositivas, sabia que, segundo as Escrituras, o pecado “cortava” quaisquer laços de comunhão entre o homem e Deus, como declara o profeta Isaías (Is 59.2).
Em relação a Jesus, Ele disse aos judeus de seus dias: “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados” (Jo 8.24). Jesus retrata a vida humana ideal, de comunhão com Deus, em todo o Novo Testamento.
 O pecado é a falta dessa comunhão. Jesus também localiza a fonte do pecado no íntimo dos homens.
O pensamento de Jesus, em cada elemento de seus ensinos, aprofunda muito o senso de culpa. Daniel, sendo possuidor do mesmo Espírito de Deus, aprofunda-se também nele o senso da culpa do seu povo e pede a Deus remissão.
9.6: “E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da terra”.
"... não demos ouvidos aos teus servos, os profetas”.
A presente passagem nos lembra as recomendações do Senhor Jesus em seus ensinamentos doutrinários, tanto nos Evangelhos como no Apocalipse.
Esta recomendação para “ouvir” a Palavra de Deus, da parte de Cristo, é feita em solene aviso, nos evangelhos. (Ver Mt 13.9,43; Mc 4.23).
 No texto de Ap 3.6, a recomendação é feita a “todas as igrejas”, e se repete nos caps. 2 e 3 por sete vezes. Os ouvidos de um homem são sua sensibilidade espiritual, e o seu “ouvir” e o uso de meios espirituais que produzem mudanças em seu íntimo, conforme se vê exigido nas advertências e promessas anteriores. Daniel nos informa que o castigo caído sobre a nação israelita era resultado do “não ouvir” a Palavra de Deus enviada pelos profetas do Senhor. Um dos mais solenes estudos da Bíblia inteira é aquele concernente ao “ouvido que ouve”.
9.7: “A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como se vê neste dia; aos homens de Ju- dá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de
perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa da sua prevaricação, com que prevaricaram contra ti.
"... prevaricaram contra ti. Numerosas são as palavras com a significação de pecado, na Bíblia. Se bem que o Antigo Testamento as empregue facilmente umas pelas outras. (Ver Dt 19.15: a iniqüidade, a falta, o pecado.)
E interessante retomar aos seus significados primários, que nos revelam a essência bíblica de pecado. Os sábios traduziram a palavra “hamartia” por pecado, no idioma português, que toma o sentido:
1) Tortuosidade (sentido próprio).
2) Errar o alvo (sentido religioso).
 Na Bíblia são numerosos os “pecadores”, cujas ações são definidas como desvio.
 Outra palavra corrente para o pecado vem de uma raiz que significa algo que é “torto” ou “curvo”. No sentido nacional, é a do presente texto: a nação inteira é tomada como um todo, na prática do pecado, como por exemplo: “Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto...” (Js 7.11). Mas havia também a prática, mesmo em Israel, no sentido individual, como por exemplo: “sacerdote... príncipe... congregação... qualquer outra pessoa...” (Ver Lv capítulo 4). Daniel, em sua oração a Deus, inclui a nação como um todo.
9.8: “O Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti”.
“Porque pecamos contra tf. O velho profeta em sua oração intercessora continua pedindo a Deus a expurgação do pecado, tanto praticado no presente como no passado. Daniel conhecia muito bem os males que o grande tirano (o pecado), tinha causado ao seu povo. Há o pecado congênito, herdado de Adão. Há ainda o pecado praticado; este é transgressão (Ver 1 Jo 1.9). O primeiro vem no singular, o segundo no plural. Quanto à prática do pecado, há duas espécies de pecado: a primeira por comissão. (Ver Tg 1.15). A segunda por omissão. (Ver Tg 4.17). Há pessoas que se exercitam conscientemente na prática do pecado, e, por conseguinte, são os obreiros da iniqüidade (SI 14.4). Ainda no que diz respeito aos aspectos maus do pecado, podemos analisar a posição do crente em relação ao peca-
do. 1) Somos salvos do pecado, mas não de sua presença que tão de “perto nos rodeia” (Hb 12.1). 2) Na mudança e transladação dos santos, que se chama “a redenção do corpo”, seremos para sempre salvos da presença do pecado. (Ver Rm 8.23; 1 Co 15.52, 53).
9.9: “Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra ele”.
“...a misericórdia e o perdão”. Essa é uma das mais conhecidas palavras da Bíblia. Isto é, a palavra “perdão”. Toda uma série de expressões, no Antigo e no Novo Testamento designam o ato de perdão e permitem definir sua natureza. A expressão mais correta é “remir”, “abandonar” (uma transgressão), em comparação com a remissão de uma dívida (SI 32.1; Mt 9.2; Lc 7.48). Há as expressões “não imputar” (Nm 12.11; SI 32.2; Rm 4.8), “cobrir”, como algo que mais não se quer ver. (Ver SI 85.3; Rm 4.7). Paulo diz que o perdão humano está baseado no perdão divino: “antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). Em Mt 26.28, essa palavra é também traduzida por “remissão”; ela significa “mandar embora”. No Novo Testamento há diversos pontos notáveis. Um deles é que o pecador perdoado deve também perdoar aos outros. Isso é manifestado em Lc 6.37, na oração do Pai Nosso, e noutras passagens paralelas. No texto em foco, porém, Daniel pede a Deus, um perdão de cunho nacional, isto é, um perdão extensivo à nação como um todo.
9.10: “E não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu pela mão de seus servos, os profetas”.
"... não obedecemos à voz do Senho/’. São muitas as passagens correlatas da Bíblia, quanto ao assunto da desobediência.
1) Por um lado, esta revolta dos homens não desconcerta a Deus: os desobedientes não escapam do seu controle. Deus leva a sério a desobediência deles: Deus não os abandona a si mesmos: Ele endurece o homem desobediente (Êx 7.3; Jo 12.40). Ele o entrega ao pecado (Rm 1.24). Porém, muito mais: Deus usa a desobediência do homem, a qual, em lugar de contrariar a salvação divina, co-
labora com ela tornando-a “gratuita”.
 2) Por outro lado, Deus prepara o caminho para a vida de uma humanidade nova, obediente. Ele escolheu Abraão, elegeu Israel, deu sua lei, e, assim, a “queda” se torna em “elevação” (Comp. Rmcap. 11).
9.11: “Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz: por isso a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra ele”.
“Por isso a maldição”.
A maldição é uma palavra pela qual Deus faz cair a desgraça e a morte sobre o homem ou sobre as coisas, por causa do pecado. A serpente foi alvo de maldição (Gn 3.14), e até o solo (Gn 3.17 e 5.29), e também Caim, o fratricida (Gn 4.11): todos esses são malditos. Na boca de um homem a maldição atrai o julgamento de Deus para o inimigo (Nm 22.6; 23.8; 2 Rs 2.24; Lm 3.65). A cidade de Jericó foi também alvo de maldição por parte de Josué (Js 6.26), caindo muito depois sobre Hiel, o betelita, e fazendo morrer seus dois filhos (1 Rs 16.34). Há também aquela dirigida contra o próprio Deus. (Ver Lv 24.11,15; Jó
2.9). Ela é o pecado por excelência e conduz à morte: aquele que maldiz a Deus se exclui da aliança e da vida. O mesmo acontece com aquele que maldiz seus pais, pois é por intermédio deles que Deus lhe deu a vida (Êx 21.17; Pv 20.20; 30.11), ou com aquele que maldiz o rei, representante terrestre do rei divino. Morrerá sem misericórdia (1 Rs
21.13, etc).
No texto em foco, Daniel nos diz que a maldição veio a seu povo por causa da desobediência contra Deus. O homem, por esta razão, foi privado da bênção.
9.12: “E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juizes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto nunca debaixo de todo o céu aconteceu como em Jerusalém”.
O texto em foco e outros que seguem são a continuação da oração intercessora de Daniel. Nota-se que, como Davi no Salmo 51, Daniel não se justificava do pecado que cometera. O grande servo de Deus também não se desculpa, de forma alguma, como bem podemos presenciar nos versículos 7, 8, 11 e 18 do capítulo em foco; apesar de ter uma vida pura, irrepreensível e justa, ele se coloca ao lado dos
que pecaram e pede misericórdia da mesma maneira que Moisés se identificou com Israel como culpado (Ex 34.9). O Senhor Jesus Cristo é outro exemplo ideal. Para salvar seu povo, o verdadeiro Mestre se “fez pecado por nós” e foi contado como um malfeitor. Daniel, sendo grande conhecedor das Escrituras, invocava a Deus sobre a inspiração de suas palavras. Não é só neste capítulo que encontramos exemplos de oração como esta, mas já no passado existia um grande exemplo disto em Israel. (Ver 2 Sm 7.25-29; 1 Rs 18.1,41-46).
9.13: “Como está escrito na lei de Moisés, todo aquele mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas ini- qüidades, e para nos aplicarmos á tua verdade”.
Meditando sobre o presente versículo, o missionário O. Boyer diz:
“Nisso se encontra o segredo de toda a sua oração; (de Daniel) Israel podia estar em tais condições que Deus devia adiar o cumprimento da promessa de colocar seu povo de novo na terra da promissão. Daniel receava que o seu povo deixasse passar o dia da graça, como de fato a maior parte o fez, e Deus adiasse o cumprimento da promessa. (As setenta semanas são um exemplo disso).
Alguém pode perguntar sobre o capítulo em foco: - Então a oração de Daniel não valeu coisa alguma? -
Valeu; resultou na volta de alguns fiéis no fim dos setenta anos.
 O decreto de Ciro, rei da Pérsia (Ver Ed 1.1-4) foi a resposta gloriosa. E também resultou em muita luz preciosa para nós, hoje. Afinal de contas, qual é o crente fiel que não está pronto a orar a vida inteira para ter uma experiência tão gloriosa como esta?
9.14: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz”.
"... justo é o Senhor, nosso Deus”. O presente texto nos faz lembrar do que diz o salmista no Salmo 87.2: “Nuvens e obscuridade estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono”. A Bíblia Sagrada, em seu conceito geral, apresenta a pessoa de Deus como “O Justo Juiz” (2 Tm
4.8). Essa posição coaduna-se com a sua natureza. Deus não pode ultrajar o “direito de ninguém”, porque “justiça
e juízo são a base do seu trono”. A justiça é a expressão e a execução da retidão; essa pode ser chamada de santidade judicial. A palavra “justiça” aparece dezenas de vezes no Antigo Testamento, como tradução do termo hebraico “cedheq”. No Novo Testamento, o substantivo “justiça” aparece, como tradução do termo grego “dikaiosumê”, cerca de noventa (90) vezes. Em seu sentido lato, significa “e- qüidade legal”. A palavra, quando se aplica à pessoa de Deus, significa a “infinita retidão daquele que é justo”, e, neste sentido, ela se encontra na presente passagem. Daniel apela para essa “justiça de Deus” que, ao invés de punir o pobre homem culpado, o auxilia, dando-lhe o que ele precisa.
9.15: “Na verdade, ó Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como se vê neste dia, pecamos; obramos impiamente”.
"... com mão poderosa”. A "onipotência de Deus” é também pintada pelo patriarca Jó, quando diz: “Então respondeu Jó ao Senhor, e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido” (Jó 42.1-2). A palavra “onipotência” deriva-se de dois termos latinos, “ommis” e “potentia” que, juntos, significam “todo poder”. O termo denota o supremo poder pessoal de Deus. Esse atributo é peculiar à sua pessoa e significa que seu poder é ilimitado, que ele tem o poder de fazer qualquer coisa que queira. (Ver Lc 1.37). “A onipotência de Deus não significa o exercício de seu poder para fazer aquilo que está dentro dos limites da compreensão humana”. Exemplo: - Se Deus é onipotente, por que deixou a serpente entrar no Jardim, e tentar o primeiro casal? Devemos pensar primeiro que Deus é soberano e absoluto e, como tal, age de acordo com a sua natureza santa e com sua santa vontade. O texto em foco, como outros correlatos, focaliza sobre a “mão poderosa de Deus”, isto é, não o exercício da força muscular, mas sobretudo o supremo poder da Palavra da sua boca, como também do seu Ser. Deus é o Todo-poderoso em grau supremo!
9.16: “O Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do
teu santo monte; porquanto, por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós”.
O presente versículo mostra como Daniel se sentia humilhado, aos olhos de todas as nações, porque o cativeiro de Judá e a não-existência do santuário de Jerusalém eram interpretados pelas nações como significando que o Deus de Judá ou Israel não tinha poder, que tudo era uma ilusão.
 Assim sendo, o fato de o nome de Deus ter sido desonrado pelas medidas disciplinares que o povo o forçou a tomar, exige, do apelo vindicado por Daniel, que Deus tome uma providência urgente a favor do seu povo.
 O templo do Senhor e a cidade de Jerusalém, tudo estando em grandes ruínas, era considerado por todo o judeu como “um opróbrio”. (Ver Ne 1).
Daniel estava consciente de tudo isso e pediu a Deus que, através da sua justiça e retidão, tirasse de seus servos esse opróbrio.
Quando o povo de Deus em qualquer tempo ou lugar fracassa, os inimigos zombam! Pois o pecado é o “opróbrio” das nações, e, se uma “nação santa” como é chamada a Igreja na simbologia profética, pecar, traz sobre si esse “opróbrio” sombrio da zombaria. (Comp. 2 Sm 12.14 e ss.).
9.17: “Agora, pois, ó Deus, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor’’.
O texto em foco mostra como Daniel usa expressões familiares de várias partes do Antigo Testamento.
Ele afirma a sua expectativa de que a sua oração será ouvida, e que Deus fará com que, tanto a cidade como o templo e as tranqueiras (circunvalações), em Jerusalém, sejam edificados, e que Deus o fará, agora, sem muita demora. Daniel era um crente fiel e não fanático; sua oração está pontilhada, tanto de sabedoria como em expressão.
 Montgomery diz que “o santo ora como a Igreja ora”; as grandes orações da Bíblia, incluindo a do presente versículo, provêm princípios que faríamos muito bem em incorporar, tanto à oração pública como à privada. Acima de tudo, porém, precisamos ter a certeza de que Deus responde à nossa oração em qualquer tempo ou lugar; é só clamar com confian-

ça no nome e no sangue de Jesus. Deus responde ao homem, não de acordo com o que ele merece (ele nada merece), mas de acordo com o que ele precisa. (Ver Mt 20.1-16).
9.18: “Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos; e ouve; abre os teus olhos e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias".
O presente versículo encerra vários elementos que retratam a bondade suprema de Deus. Daniel lança perante Deus toda essa oração, mas esclarece dizendo: “Não lançamos as nossas súplicas... fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
A misericórdia divina, faz parte do seu grande amor.
Paulo pinta este amor como prova “para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Ver Rm 5.8). O amor de Deus se define como aquele atributo pelo qual ele se inclina a promover os melhores interesses de suas criaturas e a comunicar-se a elas, a despeito do sacrifício que nisso está envolvido. “Para mim (observa Robertson), essa é a mais profunda de todas as verdades que a totalidade da vida de Deus é o sacrifício próprio: amor e misericórdia. Deus é amor: amor envolve sacrifício: dar em lugar de receber; abençoar em lugar de amaldiçoar. Dar-se a si mesmo”. Ele deu Jesus como supremo sacrifício.
9.19: “O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; á Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome”.
O presente versículo é o clímax da oração de Daniel neste capítulo. E três pontos focais devem ser analisados aqui:
1) No versículo 17, Daniel pediu especificamente pela volta do povo. Mas ele o fez indiretamente. Ele pediu a Deus que demonstrasse o seu favor para com o seu santuário que estava desolado há tanto tempo.
2) No versículo 18, pediu a Deus que demonstrasse o seu favor para com os cativos na Babilônia e para com os que estavam lá, em Jerusalém. Mas outra vez Daniel acrescenta rapidamente que ele não estava fazendo o pedido por Israel merecer o favor de Deus.
 3) Finalmente, no texto em foco, Daniel pediu
francamente que Deus não se retarde. Isto é, ele queria que Deus permitisse ao seu povo voltar logo, uma vez que os setenta anos se estavam completando desde o começo do cativeiro, em 605 a.C.
O doutor Leon Wood nota: “Observe o cuidado que Daniel tinha na sua oração.
Ele não era imprudente, nem exigente, como se Deus tivesse a obrigação de dar algo a seu povo”.
9.20: “Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus”.
“Pelo monte santo do meu Deus”.
 O versículo em foco e os anteriores descrevem vários aspectos que dizem respeito, tanto a cidade de Jerusalém como ao povo escolhido, mas um dos pontos focais é, sem dúvida, a restauração do santo lugar onde sabemos ter sido erigido o “templo do Senhor Deus de Israel”. A palavra “Sião” significa monte ensolarado. E, ainda que a palavra tenha uma nata aplicação (incluindo até mesmo o local do templo de Jerusalém, algumas vezes), indica a colina mais oriental das duas sobre as quais Jerusalém foi edificada. O monte Sião, também é identificado como a Jerusalém “lá de cima”. (Ver G1 4.26). E também como a cidade de Deus nos céus (Hb
12.22). O monte Sião é mencionado no Novo Testamento nas seguintes passagens: Mt 21.5; Jo 12.22; 1 Pe 2.6 e Ap 14.1. A cidade de Davi era Jerusalém (1 Rs 8.1).
O templo foi edificado no monte de Moriá, e o palácio de Davi, no monte Sião. Portanto, Sião é sempre usado, na simbologia profética, como “o santo monte”, por se ter tornado, profeticamente falando, o lugar escolhido como sede do reino de Cristo durante o Milênio. (Ver Is 2.3 e Ob v. 17). Eis a razão por que Daniel tanto se interessava pela restauração do santo monte do Senhor.
9.21: “Estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora do sacrifício da tarde”.
“Veio voando rapidamente”.
 Isso é dito acerca do “anjo Gabriel”. (Sobre o anjo Gabriel ver nota no capítulo oito versículo 16 deste livro).
O presente versículo, além de encerrar outros elementos doutrinários apresenta um dos pontos focais: a rapidez dos anjos. Podemos entender que a “rapidez” dos anjos, voando, pode-se comparar a “um relâmpago” ou a um pestanejo. Isso indica também a idéia de um “momento”. (Ver 1 Co 15.52). “Momento”, em grego, é “átomos”, que significa “sem divisão”.
E a única ocorrência desse vocábulo em todo o Novo Testamento. Segundo o doutor Russell, esse termo era originalmente usado para denotar uma partícula indivisível, devido a sua pequenez. Literalmente, essa palavra significa “impossível de ser cortado” ou de ser “medido”. Os anjos também voam com a rapidez de um relâmpago (Mt 28.3), a 300.000 quilômetros por segundo (?), mas, na escala celeste, são rápidos como o pensamento. (Comp. com Mt 26.53). Apenas quatro classes de seres são apresentados na Bíblia como tendo asas. 1) Os querubins (Ex 25.20; 2 Cr 5.7; Ez 1.6; Ap
4.8). 2) Os serafins (Is 6.1-6). 3) Os anjos (Ap 8.13; Dn 9.21). 4) .
E certamente o arcanjo Miguel (Jd 9).9.22: “E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido”.
O versículo em foco nos lembra o que diz o Senhor em Is 65.24:
 “E será que antes que clamem, eu responderei: estando eles ainda falando, eu os ouvirei”. Daniel ainda estava “falando” quando o mensageiro celestial apareceu trazendo já a resposta de Deus. Primeiro o anjo de Deus disse que tinha vindo para dar a Daniel entendimento sobre o sentido daquilo que lhe ia explicar.
Ele estava se referindo aos acontecimentos futuros. Esses acontecimentos relacionavam-se com o pedido de Daniel naquela longa oração que ele estava fazendo. Então Gabriel disse que, no exato momento em que Daniel tinha começado a orar, já tinha recebido a resposta de Deus. Como é importante para nós também permanecer em oração no gracioso favor divino, para que suas bênçãos fluam na nossa direção.
Todo aquele que está orando está pedindo, e quem pede recebe, disse o grande mestre Jesus aos seus discípulos. (Ver Lc 11.9,10).
9.23: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para te declarar, porque és mui amado: toma pois bem sentido na palavra, e entende a visão”.
Uma das contribuições mais importantes do livro de Daniel é a sua insistência na ligação entre a fé e a inteligência. Sabedoria e entendimento eram dons, mas ainda assim ele é exortado a considerar a causa e entender a visão.
Antes de terminar sua fervorosa oração, certamente dizendo a Deus que os setenta anos de cativeiro já tinham expirado. (Ver v. 2) ele, então, recebeu uma visita do “varão Gabriel”, que “veio voando rapidamente” com uma profecia de “setenta semanas” (ver v. 24). O número se relaciona com o perdão que é de “setenta vezes sete” (Mt
18.22). O anjo celeste explica a Daniel que aquela visão das setenta semanas é possível ser entendida, mas isso requer uma acurada investigação. A seguir, o anjo apresenta a profecia no sentido completo, e depois mostra a Daniel as suas divisões (v. 24), que são vistas nos versos 25 a 27.
A recomendação de Daniel feita pelo anjo foi, sem dúvida, por tratar-se de uma profecia cujo tema era de alcance muito vasto; ela alcança séculos e milênios!
9.24: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos”.
“Setenta semanas...”
 Entre os hebreus, em lugar da palavra “semana” usava-se a palavra “shabua”. Em hebraico “shabua” significa, literalmente, um “sete”. Pode ter o sentido de um “sete” de dias como também um “sete” de anos. Precisamente nesta profecia tem o sentido profético de anos e não de dias. (Ver Nm 14.34 e Ez 4.6). Assim sendo, estas “setenta semanas” são setenta “grupos de sete anos”, ou seja, 490 anos.
A grande profecia das setenta semanas, visava, não somente ao “povo” mas também à restauração da cidade que se encontrava em grande ruína. (Ver Ne 1.3).
Seis acontecimentos marcantes deviam acontecer no decorrer das setenta semanas escatológicas:
1) Extinguir a transgressão, em grego é “anomia”, e significa “violação da lei, desordem, anarquia; declínio para a margem esquerda ou direita da linha da santidade”; tudo isso Israel tinha praticado em grau supremo e, segundo o anjo intérprete, esta “transgressão” na vida da nação israelita não podia ultrapassar a “septuagésima semana”.
2) Dar fim aos pecados. O termo “pecado”, no grego, é “hamartia”, significa “tortuosidade” no sentido próprio, e “errar o alvo” no sentido religioso. Segundo o anjo, o pecado tinha de ser "tirado” da vida da nação, antes da introdução do reino milenar de Cristo. (Ver Rm 11.26).
3) Expiar a iniqüidade. O termo “iniqüidade” tem sentido lato, tanto no Antigo como no Novo Testamento, como por exemplo: “rãshã”, “ponêros”, “athesmos”, etc. Isso significa “desobediência, insubordinação”. Essa iniqüidade na vida de Israel seria “expiada”, de acordo com o texto em foco, dentro dos limites das setenta semanas. Isso porém, não aconteceu por desobediência de Israel, de não aceitar Jesus como seu Messias. (Ver Jo 1.11).
4) Trazer a justiça eterna.
 A “justiça eterna” do presente texto é a “Justiça de Cristo”, que ele ganhou na cruz. A promessa para Israel é que, antes do reino milenar Cristo será introduzido no mundo com essa “justiça”, e a nação inteira desfrutará dela em plenitude.
5) Selar a visão e a profecia. A “profecia” do texto em foco, sem dúvida, é a das setenta semanas; ela precisava ser selada com seu cumprimento. Isso terá seu cumprimento em plenitude, quando Deus “restaurar o reino a Israel”. (Ver At 1.6). 6) Ungir o Santo dos santos.
Em algum sentido, todos os templos, isto é, o de Salomão; o de Esdras; o de Herodes, e o que será usado pelos judeus descrentes sob a aliança com o Anticristo (Dn 9.27; Mt 24.15; 2 Ts 2.4), e o templo escatológico de Eze- quiel (Ez caps. 40 a 48), todos são tratados como uma só casa: a “casa de Deus”. Assim, Cristo purificou o “templo dos seus dias”, embora construído (ou reconstruído) por um usurpador idumeu (Herodes) para agradar aos judeus. A nova promessa, segundo o anjo, é de que este “santuário” onde ficava o “Santo dos santos”, será “ungido” por Cristo antes que as setenta semanas expirem. Todas essas “seis coisas” terão seu cumprimento pleno com o retorno de Cristo a este mundo com poder e grande glória, isto é, sete anos após o arrebatamento da igreja deste mundo. (Ver Ap 1.7).
9.25: “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o
Príncipe, sete semanas; e sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos
As setenta semanas do capítulo em foco apresentam três divisões principais, e a última semana está dividida em dois períodos de três anos e meio cada um.
a) “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas”.
 Aqui está o ponto de partida para a contagem das setenta semanas: a saída da ordem”. São encontradas duas ordens nesse tempo do cativeiro; a primeira foi promulgada por Ciro, rei dos persas, e a segunda por Artaxerxes
Longímano. Examinando Esdras 1.2, 3, fica esclarecido que a primeira “ordem”, dada por Ciro, não foi para “restaurar e para edificar Jerusalém”, e sim, para edificar o templo. (Ver 2 Cr 36.23; Ed 1.2). É evidente que a “ordem” referida por Gabriel não é a de Ciro e sim, a de Arta- xerxes, que a promulgou no dia 14 do mês de Nisã (abril) do ano 445 a.C., data da ordem para reedificação da cidade Santa (Ne cap. 2): durou “sete semanas” segundo o calendário profético. Mas a construção levou 49 anos pelo calendário humano. (A frase 49 anos aparece também em Lv 25.8 com sentido especial),
 b) “E sessenta e duas semanas: as ruas (praças) e as tranqueiras (circunvalações) se reedificarão, mas em tempos angustiosos”.
O primeiro período que começou no ano 445 a.C., terminou em 396 a.C. A partir daí se iniciaria um novo período que cobriria um lapso de tempo de 434 anos, dando seqüência ao primeiro que foi de 49 anos.
 O segundo período que é o das “sessenta e duas semanas” está ligado ao primeiro que, juntos, somam 483 anos, tempo esse em que “as ruas e as tranqueiras” seriam reedificadas, "mas em tempos angustiosos”. Esses tempos sombrios, marcam as atrocidades sofridas por Israel debaixo do poder dos monarcas selêucidas, e do domínio romano.
Dentro deste período de 69 semanas, (483 anos), um fato notável deveria acontecer: o nascimento do Messias, o Príncipe, e só depois da morte do Messias é que viria o terceiro período: uma semana,
c) “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Essa terceira divisão seria dividida em duas seções de três anos e meio cada. Ela se
refere ao tempo sombrio da Grande Tribulação.
 Observemos agora um cômputo geral das semanas: vejamos desde seu ponto de partida até sua chegada, no Novo Testamento.
 A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434 anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos, foi marcado no ano 445 a.C. Se somarmos os 49 a.C. com os 33 da vida de Cristo, temos apenas, 478 e não 483 anos. Mas é evidente que, 69 semanas não são 478 anos, mas 483. A predição dizia que o Messias, o Príncipe, seria morto no final das 69 semanas. (Ver v. 26), e realmente foi o que aconteceu. Cristo morreu, como sabemos, na 69s semana. (Ver Lc 24.44). O nosso calendário atual teve sua origem em Dionísio Exiguus, abade romano, tendo como ponto de partida a fundação de Roma em 754 a.C. Segundo os anais da história deste império, na hora da coroação de Rômulo, houve um eclipse lunar; os astrônomos calcularam que esse eclipse teria ocorrido no ano 750 a.C. Há, portanto, uma diferença de 4 anos não computados; isso é realmente o que lemos nas margens e rodapés de nossas Bíblias: 4 anos antes de Cristo.
Observemos: de 445 a.C. a 33 d.C. são 478 anos. De 1 a.C. a 1 d.C. é um ano.
 Este ano, junto aos 478, com mais 4 não computados, soma exatamente 483 anos; assim, as profecias são imortais e se combinam entre si em cada detalhe! A 69s semana terminou no dia 10 de Nisã (abril) - segunda-feira, quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho e “chorou sobre ela”. (Ver Lc 19.41).
Há apenas uma diferença de 4 dias, em virtude de 483 anos divididos por séculos, teriam 119 anos bissextos, pois os anos proféticos não marcam décadas, mas séculos.
 “A duração de um ano solar é de 365 dias e 1/4. Esta fórmula não se acha primariamente nos livros; está descrita nos céus, na mecânica celeste que rege os astros.
O dia solar por exemplo, é o espaço em horas e minutos em que a Terra faz uma revolução completa em torno do seu eixo.
A duração exata do dia solar é de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9/10 de segundos.
Os anos hebraicos são de 12 meses, e os meses são de 30 dias. Notemos que, tanto os acréscimos em dias como a diminuição em horas e minutos aqui são significativos; além disso, os anos contados em séculos absorvem os anos bissextos.
“Em 4 séculos temos um verdadeiro ano bissexto”. (Sir R. Anderson).
Com o aumento de dias em anos, e com a diminuição de horas em dias no que diz respeito à mecânica celeste, e com a absorção dos anos bissextos pelos séculos, temos os 4 dias computados pela mecânica divina. (Ver Jr
1.12). Deus vela sobre os dias, horas e meses e anos no cumprimento de suas predições (comp. Ap 9.15).
9.26: “E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias, e não será mais: e o povo do príncipe, que há de vir  destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra: estão determinadas assolações’.
“E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias”. (Ver notas expositivas sobre a morte do Messias, no versículo 25 do capítulo em foco).
"... do príncipe, que há de vir”. Dois príncipes são citados nos versículos 25 e 26; o primeiro está seu nome escrito com “p” maiúsculo, enquanto que o segundo, com “p” minúsculo. No versículo 25, o “Príncipe” escrito com “P” maiúsculo é chamado também, o Messias. No versículo 27, o “príncipe” escrito com “p” minúsculo é chamado “ele” que fará um concerto com muitos por uma semana. Aí surge grande dificuldade entre os comentadores, se “ele” aí se refere a Cristo ou ao Anticristo. “Gramaticalmente falando, poderia referir-se a qualquer um, porém, a presunção favorece o último por estar mais perto do pronome”.
O primeiro Príncipe (é Cristo) aparecerá dentro das 69 semanas; o segundo, porém, só na última semana. Observe bem a frase “e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário”. O texto em foco, não diz que “o príncipe” destruiria a cidade, e sim, o “seu povo”. Essa profecia se refere ao “povo romano” que destruiu a cidade de Jerusalém no ano 70 d.C. Portanto, o “Príncipe” (O Anticristo), ainda virá, não para destruir a cidade e o santuário, mas para o profanar. (Ver 2 Ts 2.4).
9.27: “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade, da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até a consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador
“SETE SEMANAS, E SESSENTA E DUAS SEMANAS” (Dn 9.25)
69 x 7 - 483 anos: L. Profética 14 de abril - 445 a.C.
(Nm 14.34 € (Ne 2.1 (“Ano vigésimo de Artaxerses mês de Nisã (Ne 2.1 a 8). Dia 14 - 445 a.C.”Dia 14 de abril, 33 d.C. (Lc 19.28- 40) Entrada Triunfal (Zc 9.9).
A IGREJA Abre -se uma  (lacuna profética)
A GRANDE TRIBULAÇAO - ARMAGEDOM (Ap 16.16)
O REINO MILENAR (Ap 20.1
“PARA: extinguir a transgressão, e dar fins aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para tingir a Santo dos santos”.
Aqui parou o grande relógio profético da nação israelita, e a septuagésimo semana escatológica voltará a reassumir sua ordem cronológica no início da ;
GRANDE TRIBULAÇÃO, terminando, porém, com o retorno de Cristo para terminar a grande guerra do Armagedom (Ap 16.16 e 19.11-29).
"... ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Tem sido afirmado por alguns que o hebraico “he- rith” (aliança), empregado aqui não pode ser uma “aliança” entre homens, mas tem de referir-se a uma aliança da parte de Deus. Eles porém, se esquecem de que o mesmo termo hebraico é usado acerca da aliança entre Acabe e Benadabe. (Ver 1 Rs 20.34), da aliança entre Efraim e a Assíria. (Ver Os 12.1), e também da aliança entre Antíoco e Ptolomeu. (Ver Dn 11.22). Essa “aliança” ou “concerto” é o que o profeta Isaías chama de “concerto com a morte” (Is 28.15), e continua o profeta: “O vosso concerto com a morte se anulará; e a vossa aliança com o inferno não subsistirá”. (Ver v. 18). O objetivo do Anticristo neste concerto é exclusivamente tomar o lugar santo (o templo) e profa- ná-lo. (Ver 11.31).
O Anticristo se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus (2 Ts 2.4); será esse o momento em que “a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo” (Mt 24.15). Os judeus não aceitarão esse tipo de “abominação” na casa de Deus, e, certamente, reclamarão ao Anticristo; ele, indignado, “romperá” o concerto com eles, deflagrando uma grande perseguição. (Ver Mt 24.15-22). Eis a razão, por que, no retorno de Cristo à terra para exterminar o Anticristo e estabelecer o reino milenar, Ele purificará novamente o “santuário” e “ungirá o Santo dos santos”, conforme a profecia.
Pelo servo de Deus Pastor Severino Pedro Da Silva.

TEORIAS DA CRIAÇÃO DO MUNDO.

Teorias da criação do mundo

Há pelo menos  cinco teorias principais sobre a interpretação dos seis dias da criação.

1 - A teoria do dia pictórico afirma que os seis dias mencionados no livro de Gênesis são os seis dias durante os quais Deus revelou a Moisés os eventos da criação.
 Mas a Bíblia relata a criação de maneira clara, simples e histórica como relata quaisquer outros eventos.
Interpretar o texto desta forma exige o abandono de todos os princípios exegéticos.
2 - A teoria do hiato afirma que Gênesis 1.1 descreve uma criação original que foi seguida pela queda de Satanás e pelo grande juízo.
Supõe-se que Gênesis 1.2, então, seja uma descrição da recriação ou restauração que ocorreu (cf. nota em algumas bíblias de Gn 1.2).
 Êxodo 20.11 ensina que todo o universo, incluindo os céus e a terra (Gn 1.1) foi criado no período de seis dias mencionado no primeiro capítulo de Gênesis.

3 - A teoria do dia intermitente afirma que os dias mencionados são dias literais, mas que são separados por longos períodos de tempo.
Contudo, a menos que toda a atividade criativa seja limitada aos dias literais, esta interpretação é uma contradição direta ao texto de Êxodo 20.11.

4 -  A teoria do dia-era afirma que a palavra yôm, que é o termo hebraico para “dia”, é usada para se referir a períodos de extensão indefinida, e não dias literais.
Embora este seja um significado viável para o vocábulo (Lv 14.2,9,10), não é o mais comum.
 Logo, o sentido vernacular não é fundamento suficiente para sustentar a teoria.

5 - A teoria do dia literal aceita o significado claro do texto e etc:
 o universo foi criado em seis dias literais.
 Os vários esforços para unir o relato bíblico da criação e a evolução não são respaldados nem mesmo pelas várias teorias de hiato, porque a ordem da criação está em oposição direta às interpretações da ciência moderna (por exemplo, a criação das árvores antes da luz).
A expressão “dia e noite” indica dias literais (cf. Dn 8.14, onde a mesma expressão em hebraico é traduzida como “tardes e manhãs”).
E por seu poder absoluto, Deus chamou o universo à existência, criando-o a partir do nada examinando essas passagens Bíblicas(Êx 20.11; Sl 33.6,9; 102.25; Is 45.12; Jr 10.12; Jo 1.3; At 14.15; 17.24; Rm 4.17; Cl 1.15-17; Hb 3.4; 11.3; Ap 4.11).
 Quando se reconhece o poder absoluto de Deus, é necessário aceitar o seu po-der de criar e destruir, como declaram as Escrituras.
 Há muitos conceitos como este na Bíblia, os quais a mente finita não consegue compreender completamente.
 O crente deve aceitar estas coisas pela fé (Hb 11.3). 1.2.
 A Bíblia de Scofield afirma que a condição da terra, no versículo 2, é o resultado de juízo, razão pela qual interpreta o verbo hāyāh como “tornou-se. Contudo, a estrutura hebraica do versículo 2 é disjuntiva, descrevendo o resultado da criação descrita no versículo 1.
A expressão “sem forma e vazia” é frequentemente mal interpretada em função das possibilidades de sua tradução.
Estas palavras são encontradas apenas em poucas passagens (Is 34.11; 45.18; Jr 4.23), e não descrevem o caos, mas o vazio.
Uma tradução melhor seria “sem forma e desocupada”.
Deus é uma entidade singular (Dt 6.4; 32.39; Is 45.5,6; Jo 17.3; 1 Co 8.6) ou plural (Gn 3.22; 11.7; 18.1-3; Is 6.8; 48.16; Jo 10.30,34-38)?
A palavra hebraica para Deus é ’elōhîm (430), um substantivo plural.
Em Gênesis 1.1, o termo é usado concordando, gramaticalmente, com um verbo no singular bārā’ (1254), “criou”.
Quando são usados pronomes no plural – 
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” –, isto indica a pluralidade de pessoas (um plural de número), ou o conceito de excelência ou majestade que pode ser indicado desta maneira em hebraico?
Deus poderia estar falando com os anjos, a terra, ou a natureza, referindo-se a si mesmo em relação a algum deles?
Ou esta é uma indicação germinal de uma distinção de pessoas na Divindade?
Não se sabe, ao certo mais  é provável.
 Até a vinda de Jesus, a unidade” essencial (interna) da Divindade não era compreendida, em grande parte, ainda que fosse indicada em outras perícopes (Is 48.16).
Deus é, essencialmente, Espírito (Jo 4.24).
A Portanto, o homem que é “imagem e semelhança” de Deus, possui um espírito imortal. 
Os homens se assemelham a Deus em certos aspectos pessoais (Gn 1.26), sem que sejam iguais a Ele (Is 40.25).
A semelhança entre o homem e Deus é aquilo que distingue a criatura racional do resto da criação irracional.
O homem é um ser pessoal, com a capacidade de pensar, sentir e decidir. 
Ele tem a capacidade de fazer escolhas morais e a capacidade de crescimento ou declínio espiritual. 
No princípio, o homem amava a Deus e era uma criatura santa. O pecado mudou isto.
O seu espírito ficou tão alterado pelo pecado, que ele se escondeu de Deus, e agora ama o mal mais do que a justiça (Jo 3.19,20).
 Depois da época de Adão, somente aqueles que viviam com retidão diante de Deus eram considerados seus descendentes (Mt 3.7-10; 13.38; Jo 12.36; At 13.10; Cl 3.6).
 O homem não mais se encontra no estado perfeito de inocência em que estava na época da sua criação.
 Portanto, ele não tem os mesmos atributos e qualidades espirituais, semelhantes aos de Deus, que tinha em seu estado original. 
Jesus, o segundo Adão (1 Co 15.45), veio para desfazer as obras de Satanás (1 Jo 3.8), e para restaurar a semelhança espiritual do homem com Deus como no princípio (2 Co 3.18; Ef 4.24; Cl 3.10),
Gêneses2.4
 É bem sabido que parece haver dois relatos diferentes da criação nos dois primeiros capítulos do livro de Gênesis, mas isto não leva-nos necessariamente a concluir que eles sejam incompatíveis, como sugeriram alguns.
 As duas seções complementam-se. 
Gênesis 1.1–2.4a apresenta uma visão ampla e geral de todos os sete dias da criação, e trata da criação do homem e da mulher como um ato único. Então, em  gêneses 2.4b-24, o autor concentra-se no sexto dia, dando detalhes que não foram mencionados na visão geral do capítulo 1.
As origens separadas, do homem e da mulher, são trazidas a um nítido foco. 
Logo, os capítulos 1 e 2 não estão em sequência cronológica, mas Gênesis 2.4b-24 apresenta, com mais detalhes, aquilo que Gênesis 1.11,12,24-31 apenas resume.
 2.7 A palavra “alma” foi usada com vários significados por diferentes autores na Bíblia.
A palavra hebraica é nepheš (5315), que significa “aquilo que respira”. 
Ela corresponde ao grego psychē  que normalmente é traduzido como “alma” ou “vida” (veja Dicionário Comentados de Strong, onde há definições mais completas).
A expressão “alma vivente” não se refere ao espírito de Adão, como imortal, mas simplesmente ao fato de que era um ser físico, vivente.
A mesma expressão é usada em Gênesis 1.20,21 com referência as criaturas que voam e nadam. 
O termo significa meramente que Adão se tornou vivo. 
Isto nega a possibilidade da evolução teísta (a alma, com um sopro, passando a uma forma animal viva). Contudo, em Gênesis 1.26,27, é ensinada a imortalidade do espírito humano.

PROFECIAS CUMPRIDAS EM JESUS.


Profecias messiânicas cumpridas provam a inspiração divina da Bíblia por
John Ankerberg
Pense como seria difícil alguém prever – 700 anos antes – a cidade exata em que nasceria um futuro presidente americano.
O profeta Miquéias profetizou precisamente acerca da cidade natal e do tempo do nascimento do Messias, setecentos anos antes do evento (Miquéias 5.2).
Como seria difícil indicar, com precisão, o tipo de morte que um novo e desconhecido líder religioso sofreria, com 1.000 anos de antecedência!
Você seria capaz de prever um método de execução ainda desconhecido – que não seria inventado senão cem anos depois?
 Foi isso que Davi fez no ano 1.000 a.C. quando escreveu o Salmo 22!
Por outro lado, se você fosse capaz de elaborar 50 profecias específicas sobre algum homem no futuro, que você nunca conhecerá, quão difícil seria para aquele homem cumprir todas as suas 50 profecias?
Por exemplo, como alguém “se programaria” para nascer em uma família específica;
 (Compare: Gênesis 12.2,3; 17.1, 5-7; 22.18 → Mateus 1; Gálatas 3.15,16), em determinada cidade que sequer é o lugar onde sua família mora (Miquéias 5.2 → Mateus 2.5-6; Lucas 2.15)?
Como alguém se programaria para que Deus informasse e enviasse um mensageiro próprio para ir adiante de Si (Malaquias 3.1 → Mateus 11.10)?
Como alguém se programaria para ser considerado um profeta “como Moisés” (Deuteronômio 18.15 → João 1.45; 5.46; 6.14; Atos 3.17-26; 7.37)? E no que diz respeito a ser traído por uma quantidade específica de dinheiro – trinta moedas de prata (Zacarias 11.13 → Mateus 27.3-10)?
Como alguém poderia orquestrar a própria morte, que incluía ser executado por um estranho método de crucificação, e depois fazer com que seus carrascos lançassem a sorte por suas roupas durante a execução (Salmo 22; Isaías 53 → Mateus 27.31-38)?
 Como alguém planejaria antecipadamente que seus carrascos executariam sua prática usual de quebrar as pernas das duas vítimas que estavam ao seu lado, mas não as suas (Salmo 34.20 → João 19.33)?
https://youtu.be/7h02501tlUc. Profecias cumpridas em Jesus


Como alguém planejaria antecipadamente que seus carrascos executariam sua prática usual de quebrar as pernas das duas vítimas ao seu lado, mas não as suas (Salmo 34.20 — João 19.33)?

Finalmente, como um falsário, se passando pelo Messias, se programaria para ser Deus (Isaías 9.6, Zacarias 12.10 → João 1.1; 10.30; 14.6) e como poderia possivelmente escapar de dentro de um túmulo e aparecer a pessoas depois de ser morto (Salmo 22; Isaías 53.9, 11 → Lucas 24; 1 Coríntios 15.3-8)?
Tumulo de Cristo

Como Jesus poderia possivelmente escapar de dentro de um túmulo e aparecer a pessoas depois de ser morto também profetisado nestas passagens (Salmo 22; Isaías 53.9, 11; Lucas 24; 1 Coríntios 15.3-8)?

Pode ser possível “programar” uma ou duas dessas profecias, mas seria impossível para qualquer homem programar antecipadamente e cumprir todas elas (e muitas outras).
Ora, se puder ser provado que tais profecias foram feitas sobre o Messias centenas de anos antes, e que um homem cumpriu todas elas, então este homem logicamente precisaria ser esse
Messias profetizado no Antigo Testamento!
O que a ciência das probabilidades tem a dizer sobre isso? Deus providenciou centenas de profecias sobre o Messias por pelo menos duas razões:
 1) deixar clara a identidade do Messias e
2) tornar a tarefa de um impostor impossível.
 Com todas as características identificadoras no Antigo Testamento apontando para um homem, a ciência das probabilidades nos diz que, não só esse tal homem é o Messias, mas também que Deus de fato existe!
a razão:
A ciência das probabilidades tenta determinar a possibilidade de que um dado evento irá ocorrer. 
O Professor Emérito de Ciência da Universidade de Westmont, Peter Stoner, calculou a probabilidade de um homem cumprir algumas das principais profecias feitas sobre o Messias.
PETER W. STONER

 Peter Stoner, 16 de junho de 1888 a 21 de março de 1980. PETER W. STONER, M.S. Presidente dos Departamentos de Matemática e Astronomia no Pasadena City College até 1953; Presidente da divisão de ciências, Westmont College, 1953-57; Professor Emérito de Ciência, Westmont College; Professor Emérito de Matemática e Astronomia, Pasadena City College. ROBERT C. NEWMAN, S.T.M., Ph.D. Ph.D. em Astrofísica, Universidade de Cornell, 1967; S.T.M., Escola Bíblica de Teologia, 1972; Professor Associado de Física e Matemática, Shelton College, 19689-71; Professor Associado do Novo Testamento, Escola Bíblica de Teologia, 1971 - Science Speaks, por Peter W. Stoner. Copyright © 1958, 1963, 1968 pelo Moody Bible Institute of Chicago. Fabricado nos Estados Unidos da América. 
As estimativas foram desenvolvidas por 12 classes diferentes de 600 estudantes universitários.
Os estudantes pesaram cuidadosamente todos os fatores, discutiram cada profecia extensamente e examinaram as várias circunstâncias que poderiam indicar que homens conspiraram para cumprir uma determinada profecia.
As estimativas foram conservadoras o suficiente para que houvesse um acordo unânime até entre os estudantes céticos no final.
Mas o professor Stoner tornou os cálculos deles ainda mais conservadores. Ele também encorajou outros céticos ou cientistas a fazerem suas próprias estimativas para ver se suas conclusões eram mais que razoáveis.
No fim de tudo, apresentou seus números a um Comitê da Sociedade Científica Americana (American Scientific Affiliation) para revisão.
Depois de examinados, eles verificaram que os seus cálculos eram confiáveis e exatos com relação ao material científico apresentado.1
Depois de examinar oito profecias diferentes, o professor Stoner e seus alunos calcularam conservadoramente que a possibilidade de um homem cumprir as oito profecias era de uma para 1017!
Stoner deu uma ilustração para mostrar como o número 1017 (que tem 17 zeros) é grande. Imagine cobrir todo o estado do Texas (cuja área é aproximadamente equivalente à do estado de Minas Gerais) com moedas de dólares até 60 cm de altura.
 O número total de moedas necessárias para cobrir todo o estado seria 1017. Escolha agora uma dessas moedas, marque-a e atire-a de um avião. Em seguida, misture bem todas as moedas em todo o estado. Agora, coloque uma venda nos olhos de um homem e diga-lhe que viaje para onde quiser no estado do Texas. Mas, em algum ponto, ele deve parar, abaixar-se sobre os 60 cm de moedas e tentar pegar a moeda marcada.
A possibilidade de ele encontrar aquela moeda no estado do Texas seria a mesma que os profetas tiveram para que 8 de suas profecias se cumprissem em qualquer homem no futuro!
O professor Stoner concluiu:
“O cumprimento só dessas 8 profecias já prova sua inspiração divina de um modo tão indiscutível que falta apenas uma chance em 1017 para ser absoluto”.
2 Outra maneira de dizer isso é que qualquer pessoa que minimize ou ignore a importância dos sinais bíblicos de identificação relativos ao Messias é insensata.

JESUS É VERDADEIRO

Jesus é VERDADEIRO

Como alguém planejaria antecipadamente que seus carrascos executariam sua prática usual de quebrar finalmente, como um falsário, se passando pelo Messias, se programaria para
ser Deus (Isaías 9.6, Zacarias 12.10 → João 1.1; 10.30; 14.6).
E como poderia possivelmente escapar de dentro de um túmulo e aparecer a pessoas depois de ser morto (Salmo 22; Isaías 53.9, 11 → Lucas 24; 1 Coríntios 15.3-8)?as pernas das duas vítimas ao seu lado, mas não
as suas (Salmo 34.20 — João 19.33)?
Como Jesus poderia possivelmente escapar de dentro de
um túmulo e aparecer a pessoas depois de ser morto
(Salmo 22; Isaías 53.9, 11; Lucas 24; 1 Coríntios 15.3-8)?

Pode ser possível “programar” uma ou duas dessas profecias, mas seria impossível para qualquer homem programar antecipadamente e cumprir todas elas (e muitas outras). 
Ora, se puder ser provado que tais profecias foram feitas sobre o Messias centenas de anos antes, e que um homem
cumpriu todas elas, então este homem logicamente precisaria ser esse Messias profetizado no Antigo Testamento O que a ciência das probabilidades tem a dizer sobre isso?

Deus providenciou centenas de profecias sobre o Messias por pelo menos duas razões:
1) deixar clara a identidade do Messias .
2) tornar a tarefa de um impostor impossível.
 Com todas as características identificadoras no Antigo Testamento apontando para um homem, a ciência das probabilidades nos diz que, não só esse tal homem é o Messias, mas também que Deus de fato existe!