O Paganismo e o seu culto "Os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de crueldade", Salmo 74.20.
O assunto apresenta-nos a época chamada "o período de Augusto".
Essa época, começou com o reinado de César Augusto, nascido mais ou menos no ano 63 a.C. e compreende o período dos seus sucessores imediatos. Ela foi notável pela florescente condição da literatura e do saber e pelo próspero cultivo das belas artes.
O grande Júlio César, tio e predecessor de Augusto, tinha pelas armas vitoriosas tornado tributárias de Roma todas as nações circunvizinhas. Assim, o Império Romano, quando Augusto subiu ao trono, compreendia quase todo o mundo então conhecido.
A religião dessas nações, com a única exceção dos judeus, era o paganismo, numa ou noutra forma, que era também a religião da Roma Imperial. Com as suas armas, Roma levava seus deuses a outras nações e promovia-lhes culto.
Por conveniência política, Roma adotava deuses de outras nações pagas, admitindo-os no seu Panteão.
A índia longínqua, a Citia, a África Meridional e a China, ainda que não conquistadas, e por conseguinte não tributárias de Roma, eram também pagas. Não obstante as divindades adoradas nesses países serem diferentes em nome, os seus atributos e caracteres podiam facilmente identificar-se com os adorados no Império Romano.
O sistema pagão era Politeísta, isto é, eles adoravam muitos deuses. Geralmente, essas divindades eram representadas por qualquer forma humana, tais como Júpiter, rei do Olimpo, e muitos outros ídolos cujos nomes são, sem dúvida, familiares, Marte, Mercúrio, Netuno, Baco, Vulcano, Juno, Vênus e outros, que eram os deuses ou advogados da guerra, do roubo, do deboche, da embriaguez. Outros personificavam virtudes cívicas e domésticas.
Os deuses de Roma, os reis divinizados juntamente com deuses estrangeiros (tais como Isis, deusa dos egípcios) e com divindades menores ou semideuses, que presidiam a países, cidades, rios, estações e colheitas, elevavam a centenas a lista dos "muitos senhores e muitos deuses", a quem, na época a que me refiro, o mundo civilizado rendia homenagem e prestava culto. Poder-se-iam citar inumeráveis autores para provar o número e a inutilidade de tais divindades. Um escritor dessa época observa satiricamente:
"É mais fácil achar um deus do que um homem "
Isso é Lívio, falando de Atenas, capital da Grécia, diz que estava cheia de imagens de deuses e de homens enfeitados com toda a espécie de material e com toda a perícia da arte
Outro escritor declara:
"Por todos os lados há altares, vítimas, templos e festas"
Mas os romanos não adoravam somente os deuses que tinham inventado. Na sua ânsia por um Deus verdadeiro, "se porventura o pudessem achar", e tendo consciência de que devia haver algum mais digno da sua estima do que as vis criações da sua corrupta imaginação, ajuntaram aos milhares de altares mais um: o altar ao DEUS DESCONHECIDO.
Este fato nos é familiar pela narração de Lucas nos Atos dos Apóstolos, e inteiramente confirmado por escritores pagãos.
O espírito do apóstolo Paulo sentia-se comovido em si mesmo, vendo a cidade de Atenas "toda entregue à idolatria" e no seu discurso no Areópago Ateniense, disse: "Indo passando, e vendo os vossos simulacros, achei também um altar em que se achava esta letra: AO DEUS DESCONHECIDO"
O que havia em Atenas havia também em Roma, a capital do mundo, pois nos é dito, pela autoridade de Minúcio Félix, que construíam altares a divindades desconhecidas. Tal era então a natureza politeísta do sistema pagão. Falemos agora um pouco do caráter destes deuses, e da natureza do culto que lhes era prestado. Não há crime, por mais abominável que seja, que não lhes pudesse ser imputado.
O seu caráter pode resumir-se nestes versos do poeta Pope:
"Deuses injustos, mutáveis, iracundos, Só na vingança e podridão fecundos".
O que eram os deuses, era o sistema com o qual estavam identificados; eram os efeitos sobre seus adeptos. Julguemos esse sistema pelas próprias bocas dos pagãos: Aristóteles;
(7) aconselha que as estátuas e pinturas dos deuses não deveriam exibir cenas indecentes, exceto nos templos das divindades que presidiam a sensualidade. Como não deveriam estar as coisas, para ser necessário tal conselho? E qual o estado de espírito de um pagão esclarecido que podia justificar tal exceção!
Petrônio informa-nos que os templos eram freqüentados, os altares eram enfeitados e as orações eram oferecidas aos deuses, para que eles tornassem mais agradáveis os vícios desnaturados dos seus venerados.
O honesto Sêneca, revoltado contra o que presenciava ao redor de si, exclama:
"Quão grande é a loucura dos homens! Balbuciam as mais abomináveis orações, e, se alguém se aproxima, calam-se logo; o que um homem não deveria ouvir eles não se envergonhavam de dizer aos deuses".
Ainda mais: "Se alguém considera o que eles fazem e ao que se sujeitam, em vez da decência, encontrará a indecência; em vez da honra, a indignidade; em vez da razão, a insensatez".
E, para completar o testemunho dos pagãos, quanto ao caráter e efeitos do seu sistema, Platão declara:
"0 homem tem-se tornado mais baixo que o mais vil dos animais". Bem podia o apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos durante o período a que nos referimos, usar a terrível linguagem contida no lº capítulo da Epístola, pois tudo é confirmado pelo testemunho de escritores pagãos.
Bem podia Paulo atribuir tudo ao sistema religioso de Roma e ao caráter de seus deuses, e afirmar que era por isso que mudavam a glória do Deus incorruptível em semelhança e figura do homem corruptível, de aves, de quadrúpedes e de serpentes.
Pelo que os entregou Deus aos desejos dos seus corações, à imundície, pois não deram provas de que tivessem o conhecimento de Deus. Foram entregues por Deus a um sentimento depravado, para que fizessem coisas que não convém; cheios de iniquidade, de malícia, de imoralidade, de avareza, de maldade, de inveja, de contendas, de engano, de malignidade; tornaram-se homicidas, mexeriqueiros, murmuradores, aborrecidos de Deus, contumeliosos, soberbos, altivos, inventores de males, desobedientes a seus pais, insipientes, imodestos, sem benevolência, sem palavra, sem misericórdia.
Bastaria citar este trecho de Paulo para provar a nossa tese.
Porém, como pode ser que haja alguns que não investigaram a irrespondível evidência em que se baseia a autenticidade dos escritos inspirados, julgamos útil apresentar aos leitores o testemunho combinado, o pagão e o cristão. Pedimos lerem com atenção o capítulo citado; ajudará a apreciar o contraste que será apresentado num capítulo subseqüente.
Quanto ao caráter dos antigos ídolos pagãos, fora dos limites do Império Romano, não temos tantas informações; existe, porém, evidência suficiente para provar que o paganismo oriental era tão vil e degradante como o da Grécia e de Roma, sem se ter até agora alterado profundamente. Podemos estudá-lo pela observação atual. Citarei somente uma passagem: um documento público apresentado ao Parlamento por um magistrado de Bengala Meridional, na índia fala da adoração da deusa Kalé, dizendo:
"O assassino, o ladrão e a prostituta, todos aspiram a propiciar um deus cujo culto seja a obscenidade e que se deleite no sangue do homem e dos animais, e a quem possam implorar auxílio para cometerem os seus crimes". Havia, sem dúvida, exceções a esta regra quanto aos atributos dos deuses pagãos.
Algumas daquelas divindades personificavam virtudes; havia homens melhores do que o sistema que prevalecia. As exceções eram raras e sobressaem nos anais da história com tanto brilho quanto à sua raridade.
Estes homens excepcionais eram virtuosos em razão da luz ainda não extinta na sua natureza decaída; eram virtuosos apesar do seu sistema religioso e não por causa dele. Dionísio de Halicarnasso diz:
"Há somente uns poucos que chegaram a ser mestres de filosofia; por outro lado, a grande e ignorante massa popular está mais propensa a encarar essas narrativas (as vidas dos deuses) pelo lado pior e a desprezar os deuses como seres que se transformam nas mais crassas abominações, ou a não temer praticar as maiores baixezas, crendo que os deuses as praticam também”
Tais eram os deuses do paganismo e tais os efeitos naturais do seu caráter sobre os seus devotos.
Observamos que o sistema pagão como o judaico era sacerdotal, administrado por um sacerdócio. Entre os pagãos, o sacerdote, que podia ser homem ou mulher, era o mediador entre o povo e as divindades: a elas oferecia orações e fazia sacrifícios.
Em nome delas interpretava sinais, oferecia presságios e revelava a vontade dos deuses, além de exercer certas funções judiciais.
O culto consistia na prática de certos atos ou ritos exteriores.
Era, por outras palavras, exclusivamente externo ou cerimonial. Não existe uma única prova de que ensinassem a moral
Os ritos compreendiam sacrifícios, ofertas, orações, incensos, peregrinações a lugares santos ou relicários; procissões em honra dos deuses; jejuns, abstinências, mortificações, penitências, observância de festas e frequentemente práticas viciosas, como as acima referidas.
Esses ritos eram custosos, exigindo sacrifício da parte dos que os seguiam, conforme a posição de cada um.
Os seus benefícios aproveitavam mais aos ricos que aos pobres.
Não só eram, na maioria das vezes, abominavelmente impuros, mas também barbaramente cruéis. Acerca da imoralidade das cerimônias é impossível falar.
Mas mesmo que fossem descritos, não seriam acreditadas, se não fizessem longas citações de historiadores autorizados.
Afirme-se desde já que o Cristianismo baniu o conhecimento dos vícios cometidos publicamente nessa época, vícios que não somente não produziam o descrédito daqueles que os praticavam, mas que faziam parte dos seus ritos religiosos e que, em alguns casos, eram obrigatórios e noutros, tidos como honrosos e meritórios.
É uma bênção serem agora mortas as línguas em que essas coisas foram escritas!
Mas, não devemos esquecer as lições que elas nos ensinam. Dissemos que os ritos pagãos eram muitas vezes barbaramente cruéis. Referiamo - nos principalmente à prática de oferecer sacrifícios humanos: e essa prática, segundo a história antiga, parece ter sido universal.
Não é conhecida a data em que essa abominação foi introduzida, mas, sem dúvida, foi pouco depois do princípio do mundo.
Os cananeus, há 3300 anos, a praticavam, oferecendo seus filhos aos ídolos de Canaã, especialmente a Moloque. Foi evidentemente este um dos crimes pelos quais o Todo-poderoso mandou destruir aquele povo:
"Não darás nenhum de teus filhos para ser consagrado ao ídolo Moloque... porque todas estas execrações cometeram os habitantes desta terra, que foram antes de vós, e com elas a contaminaram. Vede, pois, não suceda... como ela vomitou a gente que houve antes de vós, vos vomite também a vós, se fizerdes outro tanto".
É necessário explicar que a expressão usada nas nossas Bíblias, "consagrar os filhos ao ídolo Moloque quer dizer queimar as crianças em honra dessa divindade . Sobre este ponto não há dúvida.
Moloque, Moleque, Malcom ou Milcom, como chamado, era o planeta Saturno divinizado.
O seu culto existia principalmente entre os primitivos habitantes de Canaã, e entre os amonitas, fenícios e cartagineses.
O ídolo consistia numa estátua de latão, sob a forma de homem com cabeça de touro; tinha os braços estendidos para a frente, um pouco abaixados. Os pais colocavam seus filhos nas mãos do ídolo. Dali a criança caía numa fornalha onde morria queimada. Durante a cerimônia, tocavam tambores e trombetas para abafar os gritos dos inocentes.
Algumas vezes o ídolo era oco. Aquecido até ao rubro por fogo colocado dentro, as crianças eram então queimadas nas mãos em brasa da estátua. Apesar de ter o Todo-poderoso proibido expressamente esses crimes, os judeus praticaram-no por vezes, especialmente nos reinados de Acaz e de Manasses.
Erigiram o ídolo no vale ao sul de Jerusalém, chamado Enon, mais tarde denominado Tofete ou Tambores em conseqüência da prática dessa abominação, e em referência aos tambores que tocavam para sufocar os gritos das vítimas (16). Mais tarde, o lugar veio a ser tão aborrecido pelos judeus, que deram a ele o nome de "Ge-hinnon" ou Geena, lugar de castigo na vida futura, isto é, o Inferno.
De maneira que, na opinião destes judeus, bastava praticar tais abominações pagas para fazer da terra um inferno (17).
Continuemos a indagar da prática de sacrifícios humanos.
Principiemos pelos gregos civilizados e filósofos. Agamenon, rei de Micenas, ofereceu sua filha Efigênia, a fim de obter uma brisa favorável para poder atravessar um mar mais estreito que o Canal da Mancha; e, na sua volta, ainda ofereceu outro sacrifício humano. Os atenienses e os massalianos ofereciam anualmente um homem a Netuno.
Menelau, rei de Esparta, sendo detido por ventos contrários, ofereceu duas crianças egípcias. A história relata-nos que muitos dos estados gregos ofereciam vítimas humanas antes de empreenderem uma expedição ou guerra.
Em Rodes ofereciam um homem a Crono, deus semelhante a Moloque, no dia 6 de julho de cada ano; em Salamina, ofereciam também um homem em março de cada ano; em Chios e Tenedos despedaçavam anualmente uma vítima humana.
Na Ática, Ereteu sacrificou sua filha; Aristides sacrificou três sobrinhos do rei da Pérsia;
Temístocles sacrificou várias pessoas nobres. Note bem! estes homens não eram selvagens, mas tidos em seus dias como sábios, justos e bons.
Na Tessália, ofereciam-se sacrifícios humanos;
os palagianos, em tempo de escassez, ofereciam a décima parte de seus filhos; na Crimeia e no Tauro, cada naufrágio estrangeiro, em vez de ser recebido com hospitalidade, era sacrificado a Diana.
0 templo desta deusa em Arícia, era sempre servido por um sacerdote, que tinha matado o seu antecessor; e os lacedemônios anualmente ofereciam vítimas humanas a Diana até o tempo de Licurgo, que mudou esse costume pelo açoite.
No entanto, as crianças eram muitas vezes flageladas até morrer. Passemos agora dos gregos e seus vizinhos para o império de Roma.
A história nos informa que, embora não tão freqüentemente, houve sacrifícios humanos por muitos e muitos anos. Em Roma, era costume sacrificar anualmente trinta homens, atirando-os ao Tibre, para obter o progresso da cidade.
Tito Lívio menciona que dois homens e duas mulheres foram enterrados vivos para evitar calamidades públicas. Plutarco descreve um sacrifício semelhante; e Caio Mário ofereceu sua filha Calpúrnia para ser bem sucedido numa expedição contra os címbricos.
É verdade que no ano 96 a.C. foi publicada uma lei para sustar essas práticas, o que prova que o costume existia.
Além disso, o sacerdote pagão mostrava-se muitas vezes mais forte que o magistrado civil, de modo que, embora a lei tivesse sido promulgada, o costume não foi abolido. Muitos casos de sacrifícios humanos são mencionados até ao ano 300 da nossa era quase 400 anos depois da publicação da lei .
Da Grécia e de Roma passemos a outras nações antigas, e indaguemos quais eram a este respeito as praticas do paganismo.
Entre os habitantes de Tiro, o rei oferecia o filho para obter prosperidade; pela Escritura Sagrada sabemos humana. Na Ática, Ereteu sacrificou sua filha; Aristides sacrificou três sobrinhos do rei da Pérsia; Temístocles sacrificou várias pessoas nobres.
Note bem! estes homens não eram selvagens, mas tidos em seus dias como sábios, justos e bons.
Na Tessália, ofereciam-se sacrifícios humanos; os palagianos, em tempo de escassez, ofereciam a décima parte de seus filhos; na Crimeia e no Tauro, cada naufrágio estrangeiro, em vez de ser recebido com hospitalidade, era sacrificado a Diana. 0 templo desta deusa em Arícia, era sempre servido por um sacerdote, que tinha matado o seu antecessor; e os lacedemônios anualmente ofereciam vítimas humanas a Diana até o tempo de Licurgo, que mudou esse costume pelo açoite. No entanto, as crianças eram muitas vezes flageladas até morrer. Passemos agora dos gregos e seus vizinhos para o império de Roma. A história nos informa que, embora não tão freqüentemente, houve sacrifícios humanos por muitos e muitos anos.
Em Roma, era costume sacrificar anualmente trinta homens, atirando-os ao Tibre, para obter o progresso da cidade. Tito Lívio menciona que dois homens e duas mulheres foram enterrados vivos para evitar calamidades públicas.
Plutarco descreve um sacrifício semelhante; e Caio Mário ofereceu sua filha Calpúrnia para ser bem sucedido numa expedição contra os címbricos. É verdade que no ano 96 a.C. foi publicada uma lei para sustar essas práticas, o que prova que o costume existia. Além disso, o sacerdote pagão mostrava-se muitas vezes mais forte que o magistrado civil, de modo que, embora a lei tivesse sido promulgada, o costume não foi abolido.
Muitos casos de sacrifícios humanos são mencionados até ao ano 300 da nossa era quase 400 anos depois da publicação da lei. Da Grécia e de Roma passemos a outras nações antigas, e indaguemos quais eram a este respeito as praticas do paganismo. Entre os habitantes de Tiro, o rei oferecia o filho para obter prosperidade; pela Escritura Sagrada sabemos que os moabitas também tinham tal costume.
Na ocasião da derrota do rei de Moabe pelos exércitos aliados de Judá e Israel, o rei de Moabe ofereceu em sacrifício seu filho primogênito, que havia de reinar depois dele.
No tempo do Novo Testamento, Pilatos misturou o sangue de certos galileus com os seus sacrifícios. Os cartagineses seguiram esse costume.
Em ocasiões extraordinárias, ofereciam multidões de vítimas humanas: durante uma batalha entre sicilianos e cartagineses, estes, sob o comando de Amílcar, ficaram no campo oferecendo sacrifícios às divindades do seu país, e consumindo sobre uma grande fogueira os corpos de numerosas vítimas .
Outra vez, quando Agatocles estava para sitiar Cartago, os seus habitantes, temendo que suas desgraças fossem por causa da ira de Saturno, por lhe terem oferecido somente filhos de escravos e estrangeiros, em vez de crianças nobres, sacrificaram duzentas crianças das melhores famílias, a fim de propiciar a divindade ofendida.
Trezentos cidadãos imolaramse voluntariamente na mesma ocasião.
Doutra vez, para celebrar uma vitória, o mesmo povo imolou os mais perfeitos e mais formosos dos seus cativos, e as chamas da fogueira foram tão grandes que lhes incendiaram o acampamento
Tertuliano, escritor cristão, diz que sacrifícios humanos eram comuns na Arcádia e em Cartago nos seus dias, isto é, no terceiro século da era cristã. Agora voltemos ao Oriente.
No Egito havia sacrifícios de vítimas humanas, cujas cinzas eram espalhadas pelas terras para se conseguir a fertilidade do solo; os escolhidos eram homens de cabelo ruivo. Durante a dinastia dos Hiksos, conta Maneto que diariamente eram sacrificadas três pessoas, isto é, mais de mil por ano. Entre os persas, sabemos que existia o mesmo costume.
Quando Anestris, mulher de Xer chegou
"Ê absolutamente impossível descrever detalhadamente as terríveis depravações do velho mundo pagão. No dizer do Apóstolo, 'é vergonha mesmo só o falar daquelas coisas que faziam em secreto'. O leitor náo deve precisar que lhe digamos toda a miséria moral duma religião cujos deuses eram debochados, bêbedos. fatricidas.
Prostitutos e assassinos e cujos templos eram lupanares e antros dos piores vícios, chegando alguns a só serem tolerados fora das cidades (Vitruvio. I. 7). Seus espetáculos - as horríveis pugnas de gladiadores e cenas tão impuras - o Catão casemeiro não podia presenciar. Suas procissões eram cortejos de indecências. Seus altares náo raro se tingiam de sangue humano.
Suas festas, as célebres bacanais e saturnais; cujo ritual era o vício, e cujos sacerdotes e sacerdotisas... (temos de descer um véu para esconder suas simples funções sacerdotais).
No tempo de Augusto, o casamento tinha caído em desuso. Se existia, era apenas para tornar a mulher escrava. A esposa tinha de trabalhar, as concubinas e cortesãs é que eram as amigas do seu senhor.
Mas tudo isto não é ainda o mais negro do quadro.
Não há um único dos vícios que provocaram a extinção dos cananeus ou que fizeram vir do Céu o fogo vingador sobre as cidades da planície, que não suje o retrato, que a história registra de quase todos os imperadores, estadistas, poetas e filósofos da Roma Antiga e da Grécia clássica.
A lepra moral corrompia tudo e a todos na idade media.
A crueldade campeava tanto quanto a sensualidade. A escravatura era universal. Sócrates era uma exceção."
A Igreja Livre da Antigüidade, por Basilio H. Cooper, p.31 e 32.
Ver no Dicionário de Antigüidades do Dr. Smith o tópico Sacerdotes