A fonte da justificação:
A graça significa primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de Deus. Alguém a definiu como a "bondade genuína e favor não recompensados", ou "favor não merecido".
Dessa forma a graça nunca incorre em dívida com Deus.
O que Deus concede, Ele concede-o como favor; nunca podemos pagá-lo ou pagar-lhe. A salvação é sempre apresentada como dom, um favor não merecido, impossível de ser recompensado, é um benefício
legítimo de Deus (Rom. 6:23).
O serviço cristão, portanto, não é pagamento pela graça de Deus, o serviço cristão é um meio que o
ser humano quando entra em contato com o Evangelho, aproveita para expressar sua devoção e amor a Deus.
"Nós o amamos porque ele primeiramente nos amou, diz a bíblia." A graça é transação de Deus com o ser humano, absolutamente independente da questão de merecer ou não merecer. "Graça não é tratar a pessoa como merece, nem a tratar melhor do que merece", escreveu certo mestre chamado (L. S. Chafer).
"E tratá-la graciosamente sem a mínima referência aos seus méritos. Graça é amor infinito expressando-se em bondade infinita." Devemos evitar certo mal-entendido;
Graça não significa que Deus é de coração tão magnânimo que abranda a penalidade contra o pecado e desobediência dos humanos, ou desiste de executar justo juízo.
Sendo Deus o Soberano perfeito do universo, ele não pode tratar indulgentemente o assunto do pecado pois isso depreciaria sua perfeita santidade e justiça. A graça de Deus aos pecadores revela-se no fato de que ele mesmo pela expiação de Cristo, pagou toda a pena do pecado dos humanos.
Por conseguinte, de Ele pode justamente perdoar o pecado sem levar em conta os merecimentos ou não
merecimentos.
Os pecadores são perdoados, não porque Deus seja benigno para desculpar os pecados deles, mas porque existe redenção mediante o sangue de Cristo. (Rom. 3:24; Efés. 1:4 a 14.).
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência;
Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;
Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo;
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória. Efésios 1:4-14
Os pregadores modernistas erram nesse ponto porque pensam que Deus por sua benignidade perdoa os pecados, entretanto seu perdão baseia se na mais rigorosa justiça.
Ao perdoar o pecado, "Ele é fiel e justo" (1 João 1:9).
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça, 1 João 1:9. O ser humano ao conhecer a Cristo, ele recebe de graça a salvação, porém deve procurar manter a santidade e não viver na prática do pecado.
A graça de Deus revela-se no fato de haver ele provido uma expiação pela qual pode ser justo e justificador e, ao mesmo tempo, manter sua santa e imutável lei.
A graça manifesta-se independente das obras ou atividades dos humanos. Quando a pessoa está sob a lei, não pode estar sob a graça e quando está sob a graça, não pode estar sob a lei. Porque são coisas opostas.
Está "sob a lei" quando tenta assegurar a sua salvação ou santificação como recompensa, por fazer boas obras ou observar certas cerimônias. Essa pessoa está "sob a graça" quando assegura para si a salvação por confiar na obra que Deus fez por ela, e não na obra que ela faz para Deus.
As duas esferas são mutuamente exclusivas. (Gál. 5:4.) A lei diz: "paga tudo"; mas a graça diz: "Tudo está pago."
A lei representa uma obra a fazer, mas a graça é uma obra consumada. A lei restringe as ações mas a graça transforma a natureza.
A lei condena, a graça justifica.
Sob a lei a pessoa é servo assalariado, sob a graça é filho em gozo de herança ilimitada. Enraizada no coração humano está a idéia de que o homem deve algo para tornar-se merecedor da salvação.
Na igreja primitiva certos instrutores judaico-cristãos insistiam em que os convertidos fossem salvos pela fé e a observância da Lei de Moisés. Entre os pagãos, e em alguns setores da igreja cristã, esse erro tem tomado a forma de auto-castigo, observância de ritos, peregrinações, e esmolas.
A idéia substancial de todos esses esforços é a seguinte:
Deus não é bondoso e o homem não é justo; por conseguinte, o homem precisa fazer-se justo a fim de tornar Deus benigno. Esse foi o erro de Lutero, quando, mediante automortificações, envidava
esforços para efetuar a sua própria salvação.
"Oh quando será que você se tornará piedoso a ponto de ter um Deus benigno?"
Disse Lutero. exclamando certa vez, referindo-se a si próprio.
Finalmente Lutero descobriu a grande verdade básica do evangelho:
Salvação é ser aceitável a Deus, não é tornar-se excepcionalmente bom salvação é perfeição em Cristo e não é competência de caráter.
homem.
Usa-se, às vezes, a palavra "graça", no sentido íntimo, para indicar a operação da influência divina (Efés. 4:7) e seus efeitos (Atos 4:33; 11:23; Tia. 4:6; 2 Cor. 12:9).
As operações desse aspecto da graça têm sido classificadas da seguinte maneira: Graça proveniente (literalmente, "que vem antes") é a influência divina que precede a conversão da pessoa, influências que produzem o desejo de voltar para Deus.
É o efeito do favor divino em atrair os homens (João 6:44) e convencer os desobedientes. (Atos 7:51.) Essa graça, às vezes, é denominada eficiente, tornando-se eficaz em produzir a conversão, quando não encontra resistência. (João 5:40; Atos 7:51; 13:46.) A graça efetiva capacita os homens a viverem justamente, a resistirem à tentação, e a cumprirem o seu dever.
Por isso pedimos graça ao Senhor para cumprir uma determinada tarefa. A graça habitual é o efeito da
morada do Espírito Santo que resulta em uma vida plena do fruto do Espírito (Gál. 5:22,23)